Destroços da fuselagem do Airbus A320 da Germainwings que caiu nos alpes franceses |
Luís Alberto Alves
Quais motivos
levaram o co-piloto alemão Andreas Lubitz, 28 anos, a cometer o homicídio
voluntário, deliberadamente apertando o botão para o avião da Germanwings
perder altitude e cair nos Alpes franceses há dois dias?
Em poucos minutos a
aeronave desceu de 10 mil ou 12 mil metros de altura para 2 mil metros, quando
bateu nas montanhas matando todos os seus ocupantes. As gravações de uma das
caixas-pretas revelaram que, em determinado momento do vôo, o piloto saiu da
cabine para ir ao banheiro, quando Lubitz ficou trancado no cockpit do avião.
O suposto co piloto Andreas Lubitz |
Segundo
investigações preliminares, ele alterou o sistema de orientação do aparelho
para iniciar a descida manualmente. O piloto retornou e bateu na porta da
cabine, mas o co-piloto ficou em silêncio durante os dez minutos da descida
fatal.
A caixa-preta
registrou os chamados do piloto para entrar. Mesmo se identificando não há
resposta do co-piloto. Ele volta a bater, pede para a porta ser aberta, sem
sucesso. Daí para frente é possível se ouvir o som de respiração humana no
interior da cabine até o fim do impacto. Sinal de que o piloto estava vivo.
Caso este episódio
tivesse ocorrido na década de 1970, as autoridades poderiam dizer que fora
atentado terrorista cometido pelo grupo alemão Baader Meinhof, que seqüestrava aeronaves,
matava autoridades e explodiam carros bombas. Esse grupo era movido por
messianismo revolucionário e uso do terror para combater o capitalismo. Tinham
como líderes Andreas Baader, sua namorada Gudrun Ensslim e a mais tarde a jornalista
Ulrich Meinhof.
Treinados na
Jordânia, ao lado de outras facções que lutavam pela independência da
Palestina, adotaram táticas de guerrilha urbana, produzindo imensa onda de
violência na recém-criada Alemanha Ocidental (na época existia também a Alemanha
Oriental, que era socialista). Em 1998, o Baader Meinhof chegou ao fim.
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