As vaias fizeram a presidente Dilma sair cedo do Pavilhão de Exposições do Anhembi, em SP |
Luís
Alberto Alves
Hoje (10), a presidente Dilma Rousseff (PT)
foi vaiada durante visita ao Salão Internacional da Construção, no Pavilhão de
Exposições do Anhembi, Zona Norte de SP. Enquanto passava pelos estandes ouvia
gritos de “PT ladrão”, “eu não voto no PT”. O trajeto dela precisou sofrer
modificações, para reduzir o incômodo. Parece que o caldo começou a ficar bem
quente.
É triste ver um governante vaiado por onde
transita. Mas nada acontece sem causa. Apesar de que é estranho o primeiro
trimestre dela merecer tanta crítica. A oposição tucana não engoliu a derrota.
Parecem agora apostar no pior. A fala do senador do PSDB/SP, Aloysio Nunes
dizer que pretende ver Dilma sangrar é preocupante. Ele é famoso por mandar um
militante petista tomar naquele lugar.
Ninguém é obrigado gostar de nenhuma gestão.
Porém, torcer pelo pior é algo de extremista. Os tucanos desejam, como
revanche, que o país mergulhe mais ainda no atoleiro onde se encontra. Lembra o
clima de véspera do golpe militar de 1964. Tudo de ruim era culpa do presidente
João Goulart, também eleito pelo voto direto.
A história após o fatídico 1° de abril, quando
os militares invadiram as ruas do Rio de Janeiro e Brasília, é conhecida. A
extrema-direita assumiu o leme e o terror tomou conta do Brasil. Aliás, o
próprio Aloysio Nunes entrou para a guerrilha no final da década de 1960, e
escapou com vida das torturas impostas aos opositores da ditadura que chegou ao
fim em 1985.
Não sou advogado da presidente Dilma, porém é
errado jogar sobre ela tudo que acontece de ruim na Petrobras. É só na gestão
dela e do Lula que ladrões tomaram de assalto aquela estatal? O ex-gerente
Pedro Barusco assumiu durante depoimento hoje (10) na CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito) que investiga as irregularidades apontadas na Operação Lava Jato,
que começou receber propina em 1997 e 1998.
É claro que a maioria dos veículos de imprensa
continuará centrando fogo na gestão petista, blindando o governo FHC, como se
ali só tivesse santo. Não vejo a periferia se manifestando, participando do
panelaço. Isto não ocorre porque nas gestões Lula e Dilma o pobre sentiu um
pequeno gostinho do consumo. Até viajar de avião conseguiu. Claro que a elite
torceu o nariz. Na verdade estão tentando um terceiro turno e possivelmente a
renúncia ou até retirada do poder da presidente Dilma Rousseff, como aconteceu
em 1964 com João Goulart.
Nenhum comentário:
Postar um comentário