Com 30 dias pagos pela empresa, o trabalhador doente corre risco de perder o emprego |
Luís
Alberto Alves
Um dos perigos da MP 664 é a perda da
estabilidade do trabalhador doente. Antes a empresa pagava 15 dias, e daí para
frente a responsabilidade passava para a Previdência Social. Com essa Medida
Provisória ele fica mais 15 dias sendo pago pelo empregador. Segundo o vice-presidente
do Sindiquímicos Guarulhos, Antonio Cortez Morais, o governo se livra de pagar
esses dias para o funcionário doente, e ele corre o risco de ir para o olho da
rua.
Mais doloroso nesta história é a parte mais
fraca pagar a conta da grave crise econômica desabada sobre o Brasil. Na época
de campanha eleitoral para o segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff (PT)
garantiu, quando corria o risco de perder a eleição para o tucano Aécio Neves,
que não faria nenhum ajuste financeiro retirando direitos conquistados pelos
trabalhadores.
Infelizmente todo candidato político é
parecido com noivo tentando ganhar a confiança dos futuros sogros: prometem o
impossível. Após o casamento a história muda e muitas vezes para pior. Assim
agem os governantes brasileiros. Soltam todo tipo de bomba sobre a maioria da
população sobrevivente com menos de R$ 1.000,00 por mês, sem direito as
mordomias existentes no Congresso Nacional onde se ganha bastante para não
fazer nada e tirar três meses de férias.
Já suspeitava de mudança de rumo na segunda
etapa do governo Dilma, quando ela escolheu para ministro, um homem de grande
destaque no mercado financeiro, acostumado a fazer bancos aumentarem seus
lucros. Joaquim Levy está no lugar certo. Simpatizante do neoliberalismo
considera direitos trabalhistas ingredientes que engordam a inflação. Podem
esperar que mais bombas vão estourar no colo de quem ganha pouco e precisa
fazer mágica para pagar contas e continuar sobrevivendo.
Indícios são as mudanças aplicadas na
Previdência Social. Caso seja possível procure não ficar doente, nem sofrer
acidente de trabalho. Do contrário o gosto do amargo de perder o emprego ficará
forte em sua boca, para delírio de patrões e governo. Afinal de contas, a corda
arrebenta sempre do lado fraco, neste caso a população de baixa renda, sem
direito e condições de depositar dinheiro nos bancos existentes na Suíça.
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