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terça-feira, 15 de julho de 2014

MMA: projeto de lei regulamenta barbárie nos ringues




O MMA trouxe para atualidade a barbárie existentes nas lutas de gladiadores da época do império romano

Luís Alberto Alves
 O que era ruim ficou pior: a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou o Projeto de Lei 767/2013, autoria do deputado Leandro KLB, dispondo sobre regulamentação do exercício e autorização de eventos de MMA (Artes Marciais Mistas do inglês Mixed Martial Arts). Para quem adora ver sangue jorrando do rosto de lutadores, essa Lei mais parece prato com bife mau passado.
 Já virou rotina na televisão assistir ao show de pancadaria oferecido pelos simpatizante desta nova forma de gladiadores, que na época do Império Romano entravam nas arenas e saciava a vontade da plebe ao tirar a vida do adversário a socos e golpes de bastões, espadas ou maça (bola cheia de pregos). Quando sangue jorrava do rosto do pobre infeliz, o público vibrava nas arquibancadas e o governante prosseguia no mandato, pois a sede de rebelião era aplacada.
 Hoje, a arena é visualizada por milhões de telespectadores. O cidadão pacato do escritório, no sofá de sua casa esmorra a mesa, grita e torce para um dos lutadores de MMA acabar com o outro. Quanto mais desfigurado ficar o seu corpo, melhor é o espetáculo. Apesar dos desmendidos dos organizadores, é algo sem regras, visto que o adversário em desvantagem, mesmo caído, continua recebendo golpes até ficar desfalecido. Isto não ocorre no boxe.
 O MMA mistura diversos tipos de artes marciais, como boxe, jiu-jítsu, karatê, judô, muay thai. Mas a bárbarie é a mesma: é preciso bater no oponente para a plateia ver o sangue jorrar do corpo dele. Seria a válvula de escape para uma parcela da população que defende o extermínio como política de segurança pública. A velha máxima de que bandido bom é criminoso morto, enterrado de pé, para não tomar lugar no cemitério. Algo doentio.
 O MMA passa a mensagem subliminar aos adolescentes e jovens de que as diferenças de ideias devam ser resolvidas na truculência, socos e ponta pés. A força precisa deixar em segundo plano o diálogo. Isto já fica visível na rebelião dentro dos lares, com vários filhos enfrentando os pais quando contrariados nos seus desejos.
 Nosso mundo precisa de paz, não de regularmentação do instinto de violência. Mas o que esperar de um governo responsável pela adoção de política de segurança pública, onde os moradores da periferia são tratados como foras da lei? Gestão que coleciona elevado número de mortos pela polícia, sem qualquer tipo de prova revelando a ligação da vítima com o crime, só pode sentir prazer neste tipo de luta.
 O MMA ajuda saciar a sede de sangue do governo preocupado apenas na defesa da elite, esquecendo da maioria da população composta de cidadãos honestos e trabalhadores. O erro deles é morar, por falta de condições financeiras, na periferia. Ali, infelizmente a polícia considera todos suspeitos, mesmo alguém sem qualquer ligação com criminosos. É bem provável que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sancione essa bárbara lei. Infelizmente!


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