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quarta-feira, 9 de julho de 2014

É impossível acreditar que perdi você (hexacampeonato)







O choro do pequeno torcedor traduz o sentimento de 200 milhões de brasileiros

Luís Alberto Alves

Não eu não consigo acreditar no que aconteceu, /É um sonho meu 
Nada se acabou.../ Hoje mais um dia de tristeza para mim passou Nem no meu olhar/ Nada se alegrou /Sinto-me perdido no vazio que você deixou/ Nada quero ser/ já nem sei quem sou...” Essa é a minha impressão e talvez de milhões de brasileiros ao acordar hoje e perceber que o sonho da conquista do hexacampeonato acabou. 


 Trecho da canção acima, de Márcio Greick, gravada na década de 1970, conta a história de alguém sentindo a dor da perda do grande amor, que estava com o coração esfacelado. É inacreditável, mas aconteceu: a Seleção Brasileira tomou uma das maiores goleadas da sua rica trajetória: 7 a 1 em pleno estádio do Mineirão.

 Os jogadores após o time levar o terceiro gol, pareciam o lutador de boxe golpeado várias vezes, inerte no canto do ringue, sem forças de esboçar qualquer reação. Em minha memória ficará marcada para sempre a imagem do zagueiro Dante colocando as duas mãos na rede, no fundo do gol e balançando a cabeça sem crer no que estava vendo.

 Ontem (8) a equipe brasileira parecia meninos do infantil enfrentando os adultos num treino. Sem padrão técnico foram envolvidos facilmente pelos alemães, verdadeira máquina de fazer gols, porém humildes. Poderiam ter feito mais de dez gols no Brasil. Mas tiveram a sensatez da tamanha humilhação que seria este gesto na casa do adversário. Contentaram-se com a goleada de sete.
Fred, um dos piores atacantes de nossa Seleção Brasileira


 É tão difícil acreditar neste resultado, que alguém ausente do noticiário esportivo ao tomar conhecimento deste tremendo “chocolate” iria achar graça: “Não estou falando do Brasil de Pelotas, do Rio Grande do Sul, saco de pancadas no campeonato gaúcho. Digo do Brasil, cinco vezes campeão. Impossível levar sete gols aqui em nossa casa, de qualquer adversário”.

 Parece notícia fúnebre, quando sabemos que um amigo ou parente, com quem estivemos há pouco tempo morreu de repente: “Impossível. Estive com ele ontem. Bebemos e conversamos muito. Aliás, ouvi vários de seus projetos. Talvez seja outra pessoa, bem parecida à vítima desta tragédia”.

 Mas é verdade. A Seleção Brasileira foi goleada pela Alemanha. Em 18 minutos tomou cinco gols. Nossos zagueiros, atordoados, não ofereciam nenhuma reação. O sonho da conquista do hexacampeonato no Maracanã, para redimir o drama de 64 anos atrás, quando o Uruguai levou a taça para casa, não será mais realizado.
Não basta trocar o técnico Felipão, mas mudar a bagunçada estrutura do futebol do Brasil


 Para redimir do vexame a cartolagem cortará a cabeça do técnico Felipão. Não resolve. É igual tomar remédio para baixar a febre, sem descobrir a causa do aquecimento anormal do corpo. Sim, ele teve culpa no resultado, ao escalar mal a equipe. Porém falta à Seleção organização.

 Infelizmente no Brasil, o futebol é visto como porta de entrada para cargos políticos. Pessoas despreparadas, mas ávidas por fama e dinheiro apostam na administração de clubes esportivos. Não há planejamento. Reúnem um grupo de atletas, aumenta o preparo físico, faz amistosos com equipes fracas e carimbam o passaporte para outra Copa do Mundo. Ilusão.
Goleada de 7 a 1 foi o maior vexame da equipe canarinho numa Copa do Mundo


 Geralmente vários jogadores talentosos ficam de fora. Empresários, ligados à cartolagem, impõem seus pupilos para essa vitrine e colhemos resultados amargos. Tecnicamente o atacante Fred, do Fluminense, não poderia estar neste time. O lateral direito Daniel Alves, do Barcelona, é outro convocado sem qualidade técnica para a posição. Talvez foram empurrados goela abaixo de Felipão.
David Luiz um dos jogadores da base que precisa ser mantido para a Copa de 2018, na Rússia



 Como ocorre após o enterro de alguém muito querido, os primeiros meses são terríveis. Não acreditamos naquela perda. Choramos bastante. A dor da saudade machuca o coração. Às vezes chegamos a crer que a vida não vale mais nada. Porém o tempo cicatriza as feridas e a volta por cima ocorre. Cabe à Seleção Brasileira realizar autocrítica, sanar os erros e apostar no planejamento, manter a base do time, retirar as peças ruins, levantar a cabeça e aprender com forte equipe da Alemanha como se monta uma equipe campeã. 

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