Luís
Alberto Alves
Onde estavam, em 16 de fevereiro de 1976, o
chefe do DOI/Codi, Audir Santos Maciel; o tenente Tamotu Nakao, o delegado
Edevarde José, os carcereiros Alfredo Umeda e Antonio José Nocete, além de
Ernesto Eleutério e José Antônio de Mello? Todos, sem exceção, participavam da
morte, sob tortura, do metalúrgico Manoel Fiel Filho. O delegado Edevarde José
e o tenente da PM, Tamotu Nakao, foram os responsáveis diretos pela execução de
Manoel Fiel Filho naquele final de semana fatídico.
Preso
ao meio-dia de 16 de fevereiro daquele ano, às 13 horas do sábado, o
metalúrgico não resistiu aos maus tratos e morreu. O crime cometido pela vítima
era receber exemplares do jornal Voz Operária, publicado pelo PCB (Partido
Comunista Brasileiro). Passados 40 anos, todos os envolvidos citados acima
continuam livres. Sequer perderam os cargos que exerciam, muito menos
aposentadoria, obtida com derramamento de sangue dos opositores do regime
militar que tomou o poder no golpe de estado de 1964.
Atualmente, Tamotu Nakao, com 82 anos,
encarregado de indicar qual a melhor tortura para o preso confessar, e o
delegado de Polícia Edevarde José, 85 anos, posam de bons velhinhos. São dois
facínoras. Caso o Brasil fosse um país sérios, estariam atrás das grades, como
já ocorreu na Argentina, Uruguai e Chile, países que passaram por ditaduras nas
décadas de 1970 e 1980.
Que a
morte de Manoel Fiel Filho sirva de alerta aos críticos da democracia. A
maioria dos governos comete erros e cabe aos eleitores, por meio do voto,
retiraram o seu mandato. Não é apelando a facínoras como o tenente da reserva,
Tamotu Nakao, e ao delegado Adevarde José, que a situação política se
normalize. Este passado tenebroso deve cair no esquecimento para sempre.
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