Luís
Alberto Alves
Não foi surpresa para mim a
empreiteira Andrade Gutierrez confessar que pagou propina em obras da Copa do
Mundo no Brasil. Só não viu indícios de crimes nestas construções, os alienados
das falcatruas que ocorrem neste País todos os dias. Aceitou pagar multa de R$
1 bilhão ao governo, após assumir acordo de delação e leniência com a
Procuradoria-Geral da República.
Ela atuou sozinha na reforma do estádio do
Maracanã, no Rio de Janeiro, do Mané Garrincha, em Brasília, do Beira-Rio, em
Porto Alegre e na construção da Arena Amazonas, em Manaus (AM). Encheu os
cofres de dinheiro. Mas não ficou sozinha neste assalto, muitos políticos
também participaram dessa orgia com dinheiro público.
Na época qualquer crítica era considerada
afronta. Poucos davam crédito. O importante, nesta loucura, seria abaixar a
cabeça, fechar os olhos e fingir que tudo corria normalmente. O tempo mostrou
que o jornalismo crítico, em minoria no Brasil, estava certo. O time dos puxa-sacos
mergulhavam na piscina do ufanismo.
Caso a Justiça vá mais
a fundo encontrará diversos dirigentes esportivos e políticos atolados até
pescoço neste rio de corrupção. Todos ganharam bastante dinheiro. O governo,
por outro lado, deixou obras públicas importantes para agradar os mafiosos da
Fifa. O castigo veio a cavalo. Investigados pela Justiça dos Estados Unidos, a
maioria vai tomar chá de canequinha na cadeia durante vários anos.
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