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terça-feira, 16 de junho de 2015

Nissan do Mississippi vive na época da escravidão



Na linha de montagem da Nissan, em Canton, Mississippi, funcionários são obrigados a usar fraldões

Luís Alberto Alves

 Fiquei estarrecido com as práticas escravagistas adotadas pela filial da Nissan na cidade de Canton, Mississippi, Estados Unidos. Primeiro ela proíbe a eleição de dirigentes do sindicato dos metalúrgicos para representar seus funcionários (o sindicalismo norte-americano funciona por empresas). Caso seja implementado, ameaça sair da cidade, deixando milhares de desempregados.

 Ela segue a risca os conselhos ditatoriais do seu presidente, o brasileiro Carlos Ghosn, que também está à frente da montadora francesa Renault. Ficou conhecido no mundo empresarial automobilístico como “senhor morte” por causa do elevado número de demissões realizado na Nissan quando assumiu o poder.

 A fábrica da Nissan em Mississippi rompe todos os limites da sensatez. Os funcionários têm jornada de oito horas seis dias por semana, com agravante que nos finais de semana são obrigados a trabalhar no turno da noite, para garantir a fabricação de 300 automóveis por turno. Os temporários ficam 10 horas no serviço durante os sete dias da semana.

 Para não atrapalhar a linha de produção, os empregados desse setor são obrigados a usar fraldões. Os baixos salários são outros péssimos adjetivos praticados pela Nissan. A montadora recusou, inclusive, orientação do governo dos Estados Unidos para tirar da ordem do dia essas práticas daninhas. A resposta foi ameaçar ir embora do solo norte-americano.

 Infelizmente esse tipo de mentalidade empresarial ainda vigora em diversos países. O capital transnacional visualiza o maior lucro possível, deixando sem segundo plano a saúde dos trabalhadores e bem-estar social. Por causa disto, é grande o número de divórcios em Canton, porque o marido ou esposa que trabalham na Nissan geralmente pouco tempo ficam em casa, ao lado dos filhos.

 Mas em nome da grande quantidade de dinheiro que entra no cofre da japonesa Nissan, tudo isso é ignorado. Em vez de dialogar, responde com ameaças, quando o correto seria conversar e compreender que não estamos mais na época da escravidão. Que nos Estados Unidos os Direitos Sociais, conquistados na década de 1960, ainda continuam em vigor, para desgosto do ditador Carlos Ghosn...


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