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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A dureza da cadeia ajudará Eduardo Cunha abrir a boca




Luís Alberto Alves

Nos meus 30 anos de jornalismo, três deles dedicados às reportagens de Segurança Pública acabei conhecendo como funcionam os presídios ou cadeias, no linguajar popular. Não importa a denominação, seja administrada pela Polícia Civil ou Federal, o mesmo esquema prevalece: quebrar o orgulho do preso.

O banho é coletivo. Num determinado horário, os detentos vão para um enorme cômodo, onde diversos chuveiros estão instalados lado a lado. Ali, todos nus são obrigados a se banhar. Do contrário, vão continuar imundos durante o restante do dia.

As refeições não são individuais. É a mesma para todos. A cama é um colchonete em cima de uma barra de concreto colada à parede. Ninguém pode dormir até tarde. Acordam no mesmo horário. Agredir verbal ou fisicamente carcereiros, diretor ou funcionários do presídio, aumenta o rigor do tratamento.

Calculo que logo o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) abrirá a boca. Vai falar tudo o que o juiz federal Sérgio Moro já sabe por meio das investigações da Operação Lava Jato. É melhor ficar até dez anos neste inferno do que passar 30 ou mais anos vegetando na selva chamada cadeia.

A deleção premiada existe para suavizar a vida do preso. Contar o que a Justiça espera e ganha o bônus de reduzir o sofrimento. Imagine alguém acostumado a almoçar e jantar em restaurantes de luxo, sendo obrigado a engolir as famosas quentinhas e beber um copo de suco de caixinha para matar a sede? Ali não é permitido trazer refeições de fora.


Como é um arquivo vivo, Eduardo Cunha não terá dó dos políticos que o jogaram na lama. O próprio presidente Michel Temer precisa colocar a barba de molho. A sujeira de Cunha vai atingi-lo e talvez começar a derrubar o seu governo. Afinal de contas, detento não tem mais nada a perder. O de mais valioso já não faz parte de sua vida: a liberdade!

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