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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Solidariedade nos pequenos detalhes revela nobreza de caráter


O arrogante se imagina a última bolacha do pacote


Luís Alberto Alves

 Imagine você na fila do supermercado e uma consumidora humilde, dizendo à caixa que não pode levar 200 gramas de bacon. A filha olha para a mãe e com seus pequenos gestos e fisionomia de tristeza mostram que gostaria de sentir o gosto de bacon no feijão. Envergonhada, ela diz à caixa que não pode levar.

 Diante de mim está uma jovem, talvez de 25 anos, bonita e elegante. Acompanha o rápido diálogo entre as duas e logo entra na conversa: “Quanto que falta para completar a compra”? “Precisa de R$ 1,45”, responde a funcionária do supermercado. “Pode levar o bacon minha senhora”, diz aquela alma caridosa, sem expressar na voz qualquer tonalidade denunciando arrogância.

 Quantas pessoas agem assim atualmente? Infelizmente vivemos num mundo de orgulhosos. Homens e mulheres que acreditando no poder do médio salário ganho mensalmente se julga acima do bem e do mal. Deixam em segundo plano os infelizes, para quem comer bife é luxo ou mesmo tomar yogurte, mesma de marca barata.

 Passam pelas ruas desprezando o próximo. Recusam cumprimentar o porteiro do prédio, onde fazem das tripas coração para pagar o aluguel. Nos aeroportos, olham desconfiadas em direção ao passageiro que vai sentar do seu lado. Finge dormir durante a viagem para não puxar um dedo de conversa.

 Recusam entrar nos restaurantes da faixa popular. Mesmo uma vez ao mês, para tentar esbanjar pose social, vai pagar caro nos finos restaurantes dos Jardins em São Paulo, onde dependendo da marca, uma garrafa de vinho custa R$ 5 mil ou mais.

 É essa sociedade maligna que valoriza o ter no lugar do ser. Evitam ajudar o desfavorecido. Creem no bem-estar eterno. Cospem para cima pensando que nunca ele vai cair no rosto durante as voltas da vida. Criticam moradores residentes nas favelas ou até mesmo em outras regiões do País como se ali morassem apenas incapazes.

 Por causa disto o Brasil ainda vai continuar na pista, como avião tentando alçar voo rumo ao Primeiro Mundo. Uma grande nação só consegue entrar no barco feroz do capitalismo quando tem sensibilidade de enxergar que todos os seres humanos são iguais, independente da nacionalidade. Basta apenas acreditar no potencial do próximo.

 Os orgulhosos e arrogantes desprezam essas qualidades. Ganham antipatia do restante do mundo, virando reféns de grupos fundamentalistas. Com as pessoas ocorre o mesmo. Olhe a sua volta e tente se lembrar de alguém que agia desta forma na escolha, vizinhança ou mesmo no trabalho. Provavelmente ela ganhou tua reprovação e até sumiu da suas lembranças.  Ninguém gosta de arrogantes, que comem ovo e arrotam caviar.


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