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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

CPI da Petrobras pode virar pizza


Para evitar revelar nomes de corruptores, CPI da Petrobras terá pizza com sabor dinheiro

Luís Alberto Alves

 O ditado popular diz que pessoas com rabo de palha não devem jamais pular fogueira, correndo o risco de se queimarem. A explosiva CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, aberta neste ano para investigar supostos desvios de R$ 10 bilhões na estatal por meio de serviços prestados por diversas empreiteiras, corre o risco de se transformar em pizza, sabor dinheiro.

 Oposição (principalmente PSDB e DEM) resolveu esquecer as acusações do período de propaganda eleitoral e acena em colocar água gelada na fogueira. Não existe corrupto sem corruptor. É igual roubo de carga: precisa de receptador para comprar o objeto retirado ilegalmente do caminhão, às vezes com a morte do motorista.

 O doleiro Alberto Yousseff, através de delação premiada, para pegar menos anos de cadeia, já entregou à Polícia Federal nomes de vários envolvidos neste esquema criminoso na Petrobras, inclusive de vários políticos e empreiteiras. Como nenhum partido faz campanha eleitoral sem pedir dinheiro aos empresários, não é benéfico colocar seus nomes neste balaio de gato e que pode resultar em prisão.

 Vai acontecer o mesmo resultado da CPI do Banestado, aberta em 2004, cujo relatório final acabou ficando na gaveta do Congresso Nacional. Durante as investigações 91 foram suspeitas no esquema de envio de remessas ilegais ao Exterior, calculado em R$ 30 bilhões, por meio das chamadas contas CC-5.

 Parte das supostas evasões, segundo a CPI, ocorreu pelo Banco Araucária, no Paraná, entre 1996 e 2002, e teria atingido de R$ 90 a R$ 150 bilhões. A quebra de 1.700 sigilos bancários e investigação, de 500 a 600 mil pessoas físicas e jurídicas, resultou em nitroglicerina pura.

 O delegado da Polícia Federal que esteve à frente dos trabalhos, inclusive viajando aos Estados Unidos e conseguindo CD, com endereço, valores e data das criminosas transferências bancárias, pouco tempo depois foi transferido para o interior do Paraná, próximo à divisa com Paraguai, numa função burocrática. Vai se repetir o mesmo com as investigações na Petrobras: a sujeira vai para baixo do tapete, mais uma vez, infelizmente.


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