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domingo, 16 de março de 2014

Segredos da época da ditadura vão continuar guardados





DOI/Codi, em São Paulo, usado pelo Exército para interrogar e matar sob tortura vários militantes de esquerda

Luís Alberto Alves

 A vontade de rir é imensa da declaração do presidente STM (Superior Tribunal Militar), ministro Raymundo Nonato de Cerqueira Filho de que os arquivos da Justiça Militar da União, incluindo os do STM, estão abertos para consulta de qualquer cidadão. Segundo ele, desde o advento da Lei 12.527/2011, Lei de Acesso à Informação, o Superior Tribunal Militar “cumpre” rigorosamente o estipulado pela Lei, inexistindo qualquer restrição de acesso que não esteja contemplada pelo texto da Lei de 2011.
No governo Médici, 1970 a 1974, o Regime Militar executou milhares de opositores sob tortura

 Em português popular, a fala do ministro Cerqueira Filho é “conversa para boi dormir”. O brasileiro tem acesso a documentos “perfumaria”. Já os que falam, por exemplo, do sumiço do ex-deputado Rubens Paiva, no começo da década de 1970, que após prestar depoimento num quartel no Rio de Janeiro, nunca mais foi visto. O Exército sequer devolveu o corpo para a família sepultar. Há os casos de guerrilheiros desaparecidos na região do Araguaia, Norte do País, de 1970 a 1973. Poucos cadáveres acabaram encontrados.

 Existem depoimentos de ex-militares que participaram da repressão naquela época revelando que as cabeças dos combatentes eram cortadas e o resto do corpo jogado na floresta, inclusive com uso de helicóptero. Todo ano existe o papo furado de membros das Forças Armadas dizendo que eles não têm condições de informar onde se encontram os restos mortais dos guerrilheiros. Tudo mentira. Sabem e não falam porque o pessoal da linha dura ainda continuar acreditando que vivemos num Regime Militar.

  Os responsáveis pelo serviço funerário nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro já assumiram que na década de 1970, auge da Ditadura e endurecimento da política de extermínio de opositores ao governo, os militantes de esquerda mortos sob tortura eram sepultados como indigentes, à noite. Para dificultar a localização, os coveiros eram obrigados a jogar camada de concreto sobre os caixões e depois terra, visando impedir a retirada dos restos mortais numa possível exumação.
Delegado Sérgio Paranhos Fleury, capacho dos militares, assassinou inúmeros opositores de esquerda no Brasil


 Se realmente existisse vontade política e a presidente Dilma Rousseff (PT) não sentisse medo da linha dura, que atualmente usa pijamas e está reserva, este problema acabaria resolvido. Por hierarquia ela é a chefe suprema das Forças Armadas e generais, brigadeiros e almirantes precisam obedecer a suas ordens. Na prática isto não acontece. Existe arquivo paralelo com diversas informações dos anos de chumbo da Ditadura Militar brasileira e nenhum militar abre o bico, principalmente para dizer onde encontrar os restos mortais dos opositores que eles assassinaram sob tortura nos quarteis.




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