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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Nascimentos de prematuros ainda é uma preocupação global

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Dados da OMS e Unicef indicam que, em uma década, o número de partos antes do tempo atingiu 152 milhões

De acordo com o estudo, somente em 2020, cerca de 13,4 milhões de bebês nasceram precocemente

Normalmente, espera-se que uma gestação dure 9 meses, o que varia entre um período de 38 a 40 semanas

Redação/Hourpress

O nascimento de bebês prematuros foi declarado uma "emergência silenciosa" global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), conforme anúncio recente em relatório da entidade em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), publicado em maio deste ano. O documento revela que, entre 2010 e 2020, foram registrados 152 milhões de partos de bebês prematuros.

De acordo com o estudo, somente em 2020, cerca de 13,4 milhões de bebês nasceram precocemente, o equivalente a cerca de 1 em cada 10 crianças nascidas em diferentes partes do mundo.

Normalmente, espera-se que uma gestação dure 9 meses, o que varia entre um período de 38 a 40 semanas, mas nem sempre essa é a realidade. Infelizmente, muitos bebês acabam chegando mais cedo, o que pode gerar impactos negativo, dependendo da situação.

Menos

Apesar de nascerem antes do período estipulado, esses bebês são classificados em diferentes subcategorias de recém-nascido. "Dependendo das semanas, eles são classificados como pré-termo extremo, com menos de 28 semanas; muito pré-termo, nascidos entre 28 e 32 semanas; pré-termo moderado, bebês de 32 a 37 semanas; e pré-termo tardio, que são os que nascem entre 34 e 37 semanas", explica a Dra. Anatalia Lopes de Oliveira Basile, Coordenadora Geral do Programa Parto Seguro, uma iniciativa do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.

Segundo a Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros, quanto mais semanas o bebê atinge em desenvolvimento, maior é a sua probabilidade de viver após o parto. Por isso, é primordial se atentar a esse detalhe.

Para os bebês prematuros de 22 semanas, as taxas de sobrevivência são de 2% a 15%. Já aqueles nascidos de 23 semanas têm uma taxa de sobrevivência entre 15% e 40%. Os nascidos de 26 a 28 semanas alcançam taxas de sobrevivência de 75% a 85%, enquanto os de 29 a 32 semanas contam com chances de 90% a 95% de sobreviverem e aqueles de 33 a 36 semanas têm uma taxa de sobrevivência maior que 95%.

Múltipla

É importante salientar que, hoje, o nascimento prematuro se tornou a principal causa de mortes infantis, representando um em cada cinco de todos os óbitos notificados antes dos 5 anos. "Alguns fatores que podem influenciar diretamente nesses partos prematuros são a ausência de pré-natal, a idade materna, ter hipertensão na gestação, doenças e infecções maternas, amniorrexe prematura, gestação múltipla, restrição de crescimento, malformação fetal, tabagismo e etilismo", complementou o Dr. Gilberto Nagahama, médico obstetra do Programa Parto Seguro.

Quanto ao Brasil, a pesquisa da OMS e Unicef indica que o país caminha lado a lado a nações como República Tcheca, Hungria e Dinamarca, como algumas das regiões que conseguiram reduzir esse tipo de nascimento durante a década analisada. Mesmo assim, essa queda foi relativamente pequena, passando de 12% para 11,1%, o que ainda o torna o terceiro país da América Latina com o maior número de bebês que nasceram de forma antecipada.

Vida de qualidade

As sequelas de nascer prematuramente podem durar por toda a vida e provocar diferentes atrasos no desenvolvimento, pois esses bebês estão mais propensos a vivenciarem problemas respiratórios, neurológicos, visuais, cardíacos e digestivos, por exemplo. Por isso, é fundamental buscar toda a assistência necessária, a fim de colaborar com a saúde do bebê e da gestante.

O acompanhamento adequado de pré-natal, realização de todos os exames necessários e tratamentos de infecções e doenças são algumas formas de diminuir as chances de se ter um parto prematuro e até reduzir a mortalidade.

"No Brasil, muitos óbitos neonatais podem ser evitados a partir do pré-natal qualificado. Sabemos que existem muitas variáveis que podem afetar a gravidez, e que não dependem somente desse serviço. Entretanto, é possível, muitas vezes, identificar a partir dele tanto os problemas maternos como os fetais, facilitando, assim, possíveis tratamentos e, com certeza, aumentando as chances de uma melhor qualidade de vida da mãe e recém-nascido", relatou a Dra. Anatalia.

É somente a partir do pré-natal que é possível o encaminhamento da gestante para serviços qualificados, considerando fatores de risco e morbidades presentes na gestação.

"Pensando em uma assistência segura, as unidades de saúde gerenciadas pelo CEJAM contam com serviço de terapia intensiva, com médicos e enfermeiros especializados no atendimento ao recém-nascido grave, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, serviço social e de psicologia. Todos esses profissionais seguem diferentes protocolos que proporcionam as condutas necessárias", reforçou a coordenadora.

O CEJAM também oferece todo o apoio necessário para o desenvolvimento do bebê prematuro, que já sai de alta hospitalar com acompanhamento em unidades ambulatoriais assegurado pela contrarreferência e com menos comorbidades para uma vida melhor.

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