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terça-feira, 19 de julho de 2022

Como reconstruir marcas na era das distrações?

 A pandemia alterou muitas dinâmicas sociais



Vinícius Covas

Mais de 1,4 milhão de empresas fecharam suas portas em 2021, segundo dados do Ministério da Economia. Driblar tamanha crise econômica não foi fácil – exigiu muita perseverança e, acima de tudo, a reinvenção das companhias de todos os portes e segmentos.

Em meio a este cenário desafiador, Vinicius Covas, doutor em comunicação e autor do livro “Criando Marcas na Era das Distrações”, defende a hipótese de que toda marca tem a necessidade de se reinventar para sobreviver, principalmente em um momento como o que vivemos. “A pandemia alterou muitas dinâmicas sociais, acelerou a adoção da tecnologia e ampliou a consciência e sensibilidade social, exigindo uma nova postura das empresas”, destaca.

Segundo ele, o comportamento do consumidor mudou completamente durante o isolamento social. “Novas necessidades e desejos emergiram. Se adaptar se tornou obrigatório para qualquer negócio que tenha a ambição de seguir vivo na próxima década”, defende. Toda essa mudança, impactada por uma mutação nos processos sociais, também altera os modelos de negócios, o relacionamento com os consumidores e a arquitetura de comunicação.

Usuário

Fenômenos que marcam nossa sociedade demandam abordagens granulares, já que são cataclísmicos, provocando a transformação de padrões e inaugurando novas formas de conceber processos. “No centro desse renascimento corporativo, está o que conhecemos como marca, uma membrana biológica que participa de um processo de simbiose entre consumidor e sociedade, facilitando o processo de relacionamento e funcionando como uma interface que vai cumprir com um propósito que o usuário possui”.

Em seu livro, Covas aborda o advento da modernização das marcas desde uma perspectiva da economia da atenção que promove o surgimento de uma moeda chamada experiência que compra a atenção do usuário. O autor define o conceito de experiência como a soma das predisposições, expectativas, necessidades, motivações, estados de ânimo da pessoa em conjunto com as características da marca. “Em um momento de constante mutação de processos sociais e culturais, marcas precisam lembrar que são interlocutoras de desejos, mais além de uma extensão funcional de uma necessidade. Elas devem ser espelhos que projetam emocionalmente as expectativas dos consumidores”, defende.

Independentemente da situação provocada pela pandemia, o especialista propõe que estamos inaugurando uma categoria de consumidores desconexa às tradicionais taxonomias geracionais, como millenials, baby boomers, centenialls, e que é transversal a todos nós. “Os ‘coroniais’ são esses consumidores mutantes que começaram a interpretar o relacionamento com as marcas como um processo mais íntimo, transparente e associativo. O que eu consumo, me consome; e o que o me consome, comunica quem eu sou”. Nesse contexto, marcas precisam ajustar suas mensagens para se conectar de maneira mais significativa. 

Consumidor

De certa forma, esse movimento já vinha acontecendo no chamado debranding, que é quando se busca por marcas mais simples, removendo elementos que atrapalham, poluem e contaminam esse processo semiótico de interpretar o que ela está comunicando. “É o momento de fortalecer as empresas com uma proposta ousada: reinventar marcas para que se mantenham vigentes para as próximas décadas, fortalecendo a imagem das companhias por meio de estratégias criativas e disruptivas, tornando-as cada vez mais pessoais para o consumidor”, acreditou. 

Seja para empresas que já estão no mercado há anos e precisam renovar suas estratégias, ou para aquelas que estão dando seus primeiros passos, Vinicius reforça que a criatividade aplicada nas plataformas digitais é uma aliada poderosa no desenvolvimento de um modelo de engajamento mais rico – projeto que ganhou tamanha notoriedade frente aos constantes estudos e especializações consagradas ao longo de sua trajetória profissional.

Seu talento-nato para o marketing foi descoberto cedo. Formado em jornalismo, com apenas 21 anos, Covas foi semifinalista do Prêmio Jovens Inspiradores da Fundação Estudar junto com a Revista VEJA, no ano de 2013. Atualmente, é um estrategista de marca reconhecido no México, onde foi palestrante TEDx Ciudad de México e personagem viral na internet em 2015, com sua publicação “100 Impressões sobre o México”, com milhões de visualizações e que deu origem ao jogo de celular “Ándale Vini”. Lá, fundou a hive id., agência estratégica para criação de marcas modernas, além de ter concluído um mestrado em Direção de Empresas de Entretenimento e um doutorado em Comunicação. 

Clara

Com mais de 80 empresas atendidas em 14 países diferentes, principalmente México e Brasil, Covas transporta sua expertise para criar marcas poderosas, através da criatividade no marketing e, acima de tudo, no desenvolvimento de uma comunicação inteligente. “As marcas precisam se manter fortes ao longo do tempo. Para isso, precisam se reinventar por meio da conexão com o seu cliente em uma era em que a atenção é cada vez mais disputada”, pontua.

Sua mensagem é clara e objetiva. “Vivemos em uma era de intensos e constantes estímulos, tornando a missão de atrair o foco dos consumidores algo bem mais complexo que antigamente. Mas, por meio de um replanejamento estratégico, visual e comunicativo, as empresas podem prosperar e conquistar cada vez mais consumidores em meio à tamanhas interações”, garante.

Sua proposta é criar algo diferente do que o consumidor está acostumado. “A remodelação da marca deve estar fundamentada na criatividade e comunicação clara e honesta com o consumidor. Com este guia, as empresas conseguirão reajustar suas operações e alcançar feitos cada vez mais promissores”, finaliza o especialista. Reinventar-se é cada vez mais necessário.

 Vinícius Covas é brasileiro e mora no México desde 2014. Jornalista por formação, é mestre e doutor em comunicação pela Universidade Anáhuac México

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