Tribunal de Justiça de Manaus tem medo de mandar para cadeia poderosos envolvidos com prostituição |
Luís
Alberto Caju
Muito dinheiro e poder, geralmente, travam as
mãos da Justiça, principalmente nas cidades pequenas, como é o caso de Manaus,
capital do Amazonas, norte do Brasil. Desde novembro de 2012, quando a polícia
civil cumpriu 46 mandados de busca e efetuou oito prisões, o processo se
transformou em “batata quente” nas mãos dos relatores do Tribunal de Justiça do
Amazonas.
O desembargador Rafael Romano, atual relator,
reconhece que o excesso de suspeitos e muita gente conhecida (um cônsul, um
prefeito e um deputado estadual estão entre os acusados de estuprar meninas de
até 13 anos, oferecidas por uma rede de exploração sexual).
Infelizmente, o Ministério Público ofereceu denúncia
após colher provas, resultado de seis meses de escutas telefônicas autorizadas,
mas a Justiça amazonense ainda “pensa” se abrirá processo contra os acusados.
Os exploradores cediam meninas pobres para se prostituírem com empresários e
políticos. Cada programa custava R$ 300,00. Às vezes as vítimas mantinham seis
relações sexuais por dia. O local variava de hotel a carros parados em
estacionamentos.
Nas escutas efetuadas pela polícia, alguns dos
cafajestes tinham a cara de pau de exigir que a quadrilha trouxessem garotas
que tivessem fisionomia de criança, “jeito de baby”. Após fisgar as futuras
garotas de programas, elas perdiam a privacidade. A qualquer hora do dia ou
noite, recebiam torpedos pelos celulares avisando que precisavam atender um
cliente, geralmente homens adultos, casados e com certa influência política ou
econômica em Manaus.
Se o Brasil fosse um país sério, esse bando de
canalhas e sem vergonhas, maníacos sexuais, estaria preso há muito tempo. Não
importa que o sujeito tenha dinheiro ou vínculo com o poder político. A Justiça
precisa funcionar para todos. Mas parece que o Tribunal de Justiça de Manaus
não considera grave estupro de vulnerável, corrupção de menores, favorecimento
da prostituição, rufianismo, formação de quadrilha entre outros crimes
cometidos por essa rede de exploração sexual.
Algumas pessoas dizem que os acusados são
homens honrados e não podem sofrer tamanha humilhação. As meninas prostitutas é
que devem pagar pelo crime. Elas é que concordaram em se relacionar
sexualmente. São bandidos e merecem apodrecer na cadeia.
Essas pessoas perderam
todo vestígio de honra e respeito a si mesmo e aos seus familiares, quando
concordaram em cometer o horroroso crime de estupro. Pior ainda, com meninas ainda
crianças. Cadeia para eles, de preferência longe do “seguro” para facilitar o
trabalho dos presos que não gostam de estupradores. Colherão os frutos das
sementes malignas que plantaram.
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