O mensaleiro Valdemar Costa Neto diz não ter de onde tirar quase R$ 1 milhão para pagar a multa cobrada pela Justiça |
Luís Alberto Caju
Fiquei pasmo com a reação dos mensaleiros
condenados pelo STF (Superior Tribunal Federal) para que paguem as multas
relativas ao julgamento do Mensalão. A
VEP (Vara de Execuções Penais) do Distrito Federal determinou ontem (6) que o
ex-deputado José Genoino (PT/SP) desembolse R$ 468 mil e o empresário Marcos
Valério, R$ 3 milhões.
Nesta lista estão incluídos o ex-parlamentar
Valdemar Costa Neto, que precisa tirar do bolso cerca de R$ 1 milhão. Os ex-sócios
de Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz vão ter de pagar, respectivamente
R$ 2,8 milhões e R$ 2,53 milhões. Eles têm dez dias para quitar a dívida. Do
contrário, os valores serão incluídos na Dívida Ativa da União, de acordo com o
art.51 do Código Penal.
Essa parcela de condenados do mensalão, no
total foram 12 réus que perderam a liberdade, chora “as pitangas”, dizendo que
não têm dinheiro para pagar a multa estipulada pelo STF. Quem desconhece a vida
deles vai acreditar que falam a verdade. Aliás, nos meus tempos de repórter de
Polícia nunca encontrei presidiário que assumisse a culpa pelos crimes
cometidos. Todos eram inocentes, mesmo com provas reais do delito e
reconhecimento das vítimas.
O
ex-deputado Costa Neto lamentou e fez cara de triste dizendo que não tem de
onde tirar os quase R$ 1 milhão para zerar a dívida com a Justiça. Mas e o
dinheiro que ele e os outros mensaleiros desviaram durante o assalto aos cofres
públicos está onde? Só criança e bobo para crerem numa conversa dessa.
Acredito que parte dessa fortuna desviada por
esses mensaleiros esteja nos famosos paraísos fiscais no Exterior, onde há
dinheiro de outros políticos ainda não atingidos pela balança da Justiça. Como dizia um antigo colega de trabalho: “em
bordel não há mulher virgem”. Fico parecendo idiota ao ver o empresário Marcos
Valério afirmar não ter os R$ 3 milhões cobrados pela Vara de Execução Penais do
Distrito Federal.
Digo
sem medo de errar, que se quebrar o sigilo fiscal da maioria dos políticos
brasileiros, a Receita Federal vai encontrar indícios de enriquecimento ilícito
em muitos deles. Como pode alguém entrar pobre no Congresso Nacional e após dez
anos virar dono de fazendas, diversas casas em condomínios fechados, vários
veículos importados e alto padrão econômico de vida? Tudo isso só com o “módico”
salário de R$ 26 mil?
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