Fifa se recusa a fornecer documentação, para Justiça espanhola, a respeito da venda de Neymar para o Barcelona |
Luís Alberto Caju
A Justiça da
Espanha solicitou à Fifa a documentação relativa à venda de Neymar para o
Barcelona. Como entidade acima da Lei, ela informou que precisa guardar sigilo
em relação a contratos internacionais, principalmente sobre o valor da
transferência do jogador do Santos para o clube espanhol. Só se a Interpol
(Polícia Internacional) fizesse o pedido poderia enviar a papelada à Justiça da
Espanha.
Há três
anos, a entidade criou um sistema que exige que os clubes informem à Fifa o
valor de uma transação, quem recebeu e em que conta, visando garantir que o
futebol não seja usado como instrumento de lavagem de dinheiro, e que se saiba
quem é o proprietário de um jogador. Ela confirma que recebeu o contrato de
Neymar, de agosto de 2013. Só admite dar informações de um contrato
(confidencial) caso seja notificada oficialmente por canais jurídicos
internacionais.
Há muito tempo desconfio de que vários times
de futebol viraram máquinas de lavar dinheiro do crime organizado. Do contrário
como se explica que após a conquista de vários títulos, as equipes desmontam o
elenco repassando os atletas para diversos clubes, a maioria do Exterior? Pela
lógica deveria manter os craques e procurar ganhar o maior número de títulos e
aumentar o caixa.
Ninguém pode desprezar a capacidade de criar
negócios, visando tornar o dinheiro sujo do crime em algo limpo, das quadrilhas
que traficam grandes quantidades de drogas, de armas, órgãos humanos e até
pessoas. São pessoas bem articuladas nas várias esferas de governo em nível
nacional e internacional.
Por que a Fifa ficaria fora desse circuito? Ela
teria capacidade de fiscalizar todos os times em nível mundial? Como
conseguiria descobrir que tal venda não esteja atendendo apenas o recurso de
transformar o dinheiro do crime em algo honesto? Alguns países são suspeitos,
como a Rússia, que após o fim do regime comunista regido pela então União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas, o crime organizado nada de braçada em várias
frentes.
Curioso que há 25 anos era difícil um clube
daquela região contratar jogadores internacionais, mesmo os mais famosos.
Atualmente qualquer equipe, até de nações que poucos conhecem, compram o passe
de atletas brasileiros, portugueses, britânicos, italianos e franceses. Para
apimentar mais a discussão, muitos contratados chegam a ganhar fortunas nos
clubes da Rússia. Existe algo errado nesta história. Um dia alguém vai
investigar profundamente e descobrir os vínculos do crime organizado com times
de futebol em nível mundial. Que isso ocorra para o bem da honestidade.
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