No Brasil, diariamente 8 milhões de pessoas não conseguem ficar longe da rede social |
Luís Alberto Caju
Pouco tempo atrás o filho de um amigo me disse
algo incomum: “não posso ficar sem navegar na internet”. Garoto entrando na
fase da adolescência, imaginei que soltou essa frase visando nos impactar, pois
estávamos almoçando juntos. Quase no final deste mês de janeiro, recebo um
release (material informativo sobre qualquer assunto jornalístico que abastecem
redações e profissionais da imprensa em geral) falando a respeito de pessoas
viciadas em internet.
O autor do livro, Idolatria Virtual, Rodrigo
Faria, apurou que o uso excessivo deste mecanismo pode provocar dependência
semelhante às drogas. Pesquisa do Hospital das Clínicas de São Paulo revela que
8 milhões de brasileiros atualmente não podem ficar distantes das redes
sociais. O vício atinge 10% dos usuários de computadores e 20% de quem usa
smartphones.
Sugiro que os leitores assistam à reportagem
exibida no telejornal Hoje, da Rede Globo, mostrando o desespero de uma mulher
procurando ajuda para se livrar da dependência da internet. Acessem o link: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2014/01/mulher-procura-ajuda-para-se-livrar-da-dependencia-da-internet.html.
O livro de Faria fala de pessoas que se afastaram do convívio social para
passar dia e noite diante da tela do computador.
O autor de Idolatria Virtual explica que a
obsessão do mundo virtual sobre as pessoas muda os hábitos. O livro alerta
pais, educadores, pesquisadores e psicólogos sobre o uso desequilibrado de todo
tipo de conexão virtual ao alcance das mãos das pessoas. Sem querer posar de
paizão sabe tudo, Faria ressalta que o canal de comunicação criado para
interagir entre amigos de uma universidade nos Estados Unidos, avançou tanto
que se espalhou entre comunidades de todo o mundo, reinventado a forma de se
relacionar numa sociedade sedenta por novos meios de conexão.
Deixou de ser novidade, adolescentes, jovens
e adultos sentados na mesa durante o almoço ou jantar prestando atenção às
mensagens enviadas no smartphone, sem qualquer reverência ao ato de estar
reunido em família para comer. O importante é falar com o amigo virtual,
deixando em segundo plano as amizades verdadeiras, pois estão ao seu lado e
alcance dos olhos.
Casais de namorados são vistos em passeios por
parques ou shopping center munidos de smartphones. Cada um preocupado em falar
ou mostrar a quem se encontra distante, o que está fazendo naquele momento. No
trânsito é rotina encontrar motoristas dirigindo veículos com uma só mão, pois
na outra está digitando torpedos no telefone celular, sem a preocupação de
provocar acidente.
Faria é vice- presidente de empresa do ramo
químico na cidade de León (México). Nos finais de semana é pastor de uma igreja
evangélica naquele país. O frequente contato com grupos de adolescentes serviu
para lhe revelar a relação dessa parcela da população com o mundo virtual.
Muitos já estavam provocando problemas em casa, por causa da dependência na
internet.
Preocupados apenas em “navegar”, a maioria
fica sedentária, passa a se alimentar mal, além de ficarem sentados várias
horas em posições inadequadas, causando agressões à coluna cervical. A vida
saudável passou para segundo plano, pois vivem paralisadas durante horas diante
do computador ou sentadas com um celular para acessar as redes sociais.
O internauta precisa colocar limite no tempo
dedicado a essa atividade. Deve se disciplinar. Mesmo que o bate-papo e as
fotos postadas estejam interessantes, não é aconselhável ceder à tentação de
passar o seu tempo todo diante daquela tela. Para quem pretende adquirir o
livro eis a dica: Idolatria Virtual, editora Abrindo Página, 64 páginas, preço:
R$ 19,90.
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