Ato de protesto de cinegrafistas brasileiros ao saber da morte do colega de profissão Santiago Andrad |
Luís Alberto Caju
Um a zero para a ignorância, a
falta de bom senso na sociedade brasileira. Hoje diversas pessoas confundem
liberdade com libertinagem, ideais revolucionários com bagunça. São jovens,
muitos filhinhos de papai, abastecidos a dinheiro de mesada. Nunca suaram a
camisa no batente, enfrentando a dureza de morar na periferia das cidades
brasileiras e até do mundo.
Andrade foi atingido na cabeça por um rojão durante manifestação no Rio de Janeiro |
Aprendem meia dúzia de frases
feitas de escritores socialistas e saem para as ruas brasileiras destruindo vidraças
de bancos ou qualquer estabelecimento comercial. Pior, jogam bombas no meio da
multidão, alegando defesa contra a polícia. É tanta covardia que precisam se
esconder atrás de máscaras. Não têm coragem de colocar a cara a tapa, agindo
como verdadeiros revolucionários.
Como sempre nos acusam de
vendidos. A imprensa sai no prejuízo. O jornalista que está cobrindo a
manifestação, às vezes sem almoçar, cansado de tantas matérias feitas no dia,
dores no corpo, vira bucha de canhão. Há
14 anos passei por experiência dramática. Numa cidade da Grande SP, Guarulhos,
fui cobrir ato de protesto de um grupo de motoristas de peruas de lotação.
Após saírem do prédio do órgão
público onde exigiam que as medidas restritivas ao trabalho deles fossem
suspensas, um grupo de 30 pessoas cercou a mim e ao repórter-fotográfico que me
acompanhava. Quase fomos linchados.
Iriamos morrer, pois não havia condições de dois homens enfrentarem 30 sem nada
nas mãos, apenas bloco de papel, caneta e a máquina fotográfica. A polícia nos
socorreu, dispersou os agressores e evitou o massacre.
Infelizmente a mesma sorte não
teve nosso colega de profissão, o cinegrafista Santiago Andrade, da Band TV,
atingido dias atrás na cabeça por um rojão disparado durante manifestação
realizada no Rio de Janeiro, morreu na tarde hoje (10). Internado no Centro de
Terapia Intensiva do Hospital Souza Aguiar, não conseguiu resistir e partiu
para sempre.
O tatuador Fábio Raposo, suspeito
da participação da explosão do rojão que matou Andrade, acabou preso na manhã
de domingo (9). Ele foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e
crime de explosão e pode pegar pena de 35 anos. Infelizmente o grupo de
baderneiros conhecidos como Black Bloc vai dizer que a morte do cinegrafista
foi uma fatalidade.
Esse grupo deveria ser enquadrado
como terroristas. Pois o modo de agir é semelhante, inclusive na depredação de
patrimônio público e risco que coloca todas as vidas que estiverem ao lado dos
baderneiros que se fazem presentes na maioria das manifestações. São covardes,
pois precisam se esconder atrás de máscaras, para evitar reconhecimento pela
polícia, e destruir o que estiver pela frente. Que a morte do cinegrafista da
Band TV não seja em vão.
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