Manifestantes ucranianos vão às ruas sem máscaras nos rostos |
Luís
Alberto Alves
O que a Ucrânia tem a ensinar aos
manifestantes brasileiros? Muito! A população desse país foi às ruas por que
não aceitou acordo firmado pelo governo, com a Rússia, de recusar entrada na
União Europeia. Durante algum tempo o presidente ucraniano Viktor Yanukovich
colocou a polícia nas ruas para reprimir manifestações da oposição.
Sem apelar para as táticas terroristas dos
baderneiros Black Blocs, parte do povo acampou nas praças, embaixo de tendas, e
todos os dias saia em passeata exigindo mudança no acordo firmado com o déspota
da Rússia, Vladimir Putin. No calor da repressão policial, mais de 50 pessoas
morreram. Porém, os manifestantes não caíram na armadilha do quanto pior,
melhor.
O aumento da pressão vinda das ruas resultou
na destituição de Yanukovich. Agora os ucranianos vão escolher outro presidente
para formação de novo governo. Lógico que a situação ainda continua delicada,
mas prevaleceu a vontade da população.
No Brasil, onde não está em jogo a deposição
da presidente Dilma, os protestos contra a realização da Copa do Mundo em
junho, descabam para a violência gratuita. Simpatizantes da bagunça, de rostos
cobertos por máscaras ou camisetas, destroem patrimônio público ou privado,
inclusive telefones públicos.
Quando sofrem repressão da polícia, que
precisa estar nas ruas para manter a ordem retiram do dicionário palavras de
ordem como truculência, partidarização dos protestos e governo ditatorial. São
pessoas despreparadas, sem qualquer noção do significado da palavra democracia.
Acreditam que a destruição do patrimônio público vá atrair a população para uma
causa ancorada na violência.
Esquecem que numa manifestação deve prevalecer
a força das ideias, nunca a ideia da força. Não é quebrando portas de
estabelecimentos bancários, lojas, orelhões ou tocando fogo em carros da
polícia que o brasileiro ficará sensibilizado para os gigantescos gastos na
reforma e construção de estádios para a Copa do Mundo no Brasil. No berço da democracia,
essas pessoas não passam de crianças rebeladas....
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