Luís
Alberto Alves
Desculpem os românticos, mas a ausência de
dinheiro prejudica o relacionamento, por mais intenso que seja o amor.
Principalmente se existem dívidas para pagar. Os atrasos, os telefonemas de
cobrança, a compra no supermercado de produtos básicos, o corte nos passeios,
ao cinema e até nos almoços e jantares fora. Tudo impacta a vida do casal.
A falta de dinheiro prejudicará o relacionamento do casal |
Logo aparecerão conflitos entre ambos,
motivados pela crise financeira. Se o marido estiver desempregado, a cobrança
ficará pesada. Mesmo que exerça boa profissão, a esposa vai passar a exigir que
ele pegue o que encontrar pela frente, mesmo em funções opostas à dele. O
importante é garantir a entrada de dinheiro em casa.
Na cama o desejo vai diminuir, pois 50% do prazer proporcionado pelo sexo têm o
cérebro como maestro. É impossível alguém sem trabalho, com o saldo bancário
estourado, escritórios de cobrança lhe infernizando a vida todo dia, nome sujo
nos serviços de crédito e os filhos pedindo dinheiro para passeios e ele
percebendo que o casamento mergulhou na crise, se manter firme nesta hora.
A culpa não é da esposa. Afinal, por mais
avanços existentes em nossa sociedade, o homem continua sendo a linha de frente
numa casa, arcando com a maior parte das dívidas e responsável pelo conforto.
Não por questão de machismo, mas pela parte que cabe a ele.
Quando chega neste estágio, é visível perceber
a falta de solidariedade entre o casal. Tudo é maravilhoso quando o dinheiro
jorra igual água mantendo acesa a fogueira do conforto. Mesmo que o marido
trabalhe igual escravo em jornadas e viagens estafantes, sendo vigiado pelo
celular da empresa para acioná-lo em qualquer emergência.
Por mais sensual que seja a esposa, a crise afeta a vida sexual |
Ficou mais de seis meses parado, sem retorno
ao mercado, logo receberá indiretas de que é vadio, está à procura de sombra e
água fresca para deixar o burro na sombra. Nessa altura, o amor da época de
namoro, noivado e até dos primeiros anos de matrimônio perdeu a doçura. Vale
mais a lei da sobrevivência, de se manter de pé desfrutando do bem-estar
anterior.
Nessa hora é possível reconhecer a qualidade
daquela esposa. Se amar o marido de verdade, as condições financeiras
proporcionadas pela sua vida profissional serão esquecidas. É rara a mulher que
resolve segurar o rojão e manter acesa a chama do amor lutando para não deixar
esmorecer o homem que um dia conquistou o seu coração e lhe prometeu ser fiel
na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença até que
a morte os separe. Infelizmente o dinheiro tem força para destruir juramentos
feitos diante de Deus...
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