Consumo desenfreado é igual dependência química |
Em todo ano, nesta época, o consumo explode.
Shoppings e lojas de ruas ficam repletos de clientes em busca de presentes.
Usam o dinheiro do 13º Salário para saciar a fome na compra de roupas,
calçados, eletrodomésticos, produtos eletrônicos, móveis e muita comida, nos
hipermercados.
É como se estivessem dominados por grande
força. Poucos conseguem raciocinar que no mês de janeiro o salário volta a
ficar menor, além de arcar com pagamento de IPVA, IPTU, matrículas de filhos na
escola ou faculdade, renovação de contrato de aluguel, e as prestações
contraídas no final do ano anterior.
Mas não adianta economista aconselhar. A
multidão corre às lojas como se o mundo estivesse próximo do fim. O objetivo é
encher as mãos de pacotes e porta malas do carro de presentes. O televisor de
40 polegadas de tela, mesmo funcionamento bem, perderá o lugar para outro, mais
moderno. A geladeira terá igual destino. Até roupas, ainda em bom estado, irão
sentir o gosto amargo do lixo.
Neste período é trabalho de Hércules fazer
compras em qualquer shopping Center de São Paulo ou outra cidade de grande
porte. O estacionamento permanece cheio o dia todo. Os corredores repletos de
consumidores alucinados. Poucos conseguem pechinchar com os vendedores. O negócio
é estourar o saldo bancário.
Os hipermercados após 10 de dezembro lembram
formigueiros. Carrinhos viram peças raras, principalmente os grandes. As filas
no açougue, peixaria e onde são comercializados frangos e perus, aumentam de
tamanho. Os calos nos pés são esquecidos. A regra é comprar muito. Não se pode
voltar para casa de mãos vazias. O dinheiro precisa sair da conta corrente.
Esta fome de consumo aumenta todo ano. Os
adolescentes tiram o sossego dos pais em busca dos eletroeletrônicos de última
geração. Nesta fase da pirraça batem os pés nos chãos e exigem presentes caros.
Mães e pais de pulsos moles cedem e o cartão de crédito e cheque especial
explodem, tirando o sono de ambos. A falta de sabedoria ajuda muitos a cair no
buraco da inadimplência, do qual se leva vários meses ou até anos para sair.
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