O Airbus A319 não caiu na Avenida Paulista, como estava previsto pelo vidente Jucelino Nóbrega da Luz |
Luís
Alberto Alves
A
previsão do vidente Jucelino Nóbrega da Luz deixou muitas pessoas de cabelos em
pé, principalmente quem trabalha ou residem na Avenida Paulista, próximo à
Alameda Campinas. Ele garantiu que na quarta-feira (26), o voo JJ4732, da TAM,
sairia do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e terminaria tragicamente
batendo num edifício daquela região da cidade.
Às 8h45, o Airbus A319 decolou em direção a
Brasília, mas por causa de muito nevoeiro, foi obrigado a sobrevoar a Avenida
Luís Carlos Berrini, Zona Sul, a muitos quilômetros da Paulista. Pouco tempo
depois chegou ao Distrito Federal, sem nenhum problema técnico.
Infelizmente, apesar do avanço da tecnologia,
diversas pessoas são reféns de superstições. Principalmente nesta época do ano,
quando os programas televisivos, principalmente os dominicais, recheiam a pauta
com “magos” do apocalipse, trazendo as velhas e manjadas previsões.
Dizem que no próximo ano um casal de artista
famoso vai terminar o casamento em divórcio. Isso acontece normalmente,
principalmente com quem trabalha em cinema ou televisão, até para atrair
visibilidade. Falam que o governo enfrentará crise. Mas quando que problemas
ficaram de fora dos gabinetes de Brasília?
Infelizmente eles fazem previsões do óbvio. É
o mesmo de afirmar que o parente internado na UTI (Unidade de Terapia
Intensiva) tem grande chance de morrer. Alguns desses videntes brincam com
inteligência alheia, a ponto de revelar que o Corinthians mergulhará numa
crise, mas conseguirá dar a volta por cima. Mas quando que o alvinegro do
Parque São Jorge não enfrentou problemas?
Não vejo nenhum desses magos fajutos preverem
com exatidão que a Ponte Preta, de Campinas, time de futebol de 114 anos, vai
ganhar um grande título, como o Campeonato Paulista ou Brasileirão, inclusive
descrevendo quem marcará os gols, e o tempo de jogo em que as redes balançaram.
O mesmo se aplica a respeito da descoberta de
medicamento da cura do Câncer ou Aids, fornecendo nomes corretos dos médicos
envolvidos neste trabalho. Sem medo de errar, esses videntes, em minha opinião,
não passam de charlatões.
Desafio qualquer um deles a adivinhar como eu
estava emocionalmente quando escrevi esta crônica. Precisa também descrever a
roupa que estava vestido, em qual local da casa, qual equipamento utilizei, a
marca dele, quantos minutos levei para criar o texto, quanto existia de
dinheiro em minha conta corrente e quais projetos freqüentam minha mente
regularmente. Para deixar o negócio mais apimentado, qual frase minha mãe me
disse, por meio de um bilhete, quando fiz 36 anos de idade.
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