O ônibus foi queimado a poucos metros do Deic, em Santana, Zona Norte de SP |
Luís Alberto
Alves
Em São Paulo os bandidos perderam o medo da
polícia. A cada criminoso morto em tiroteio, ônibus são queimados. Um deles
virou cinzas a poucos metros do Deic (Departamento Estadual de Investigações
Criminais), considerado no passado templo da tortura, onde deitava e rolava o
delegado carniceiro Sérgio Paranhos Fleury.
Outro coletivo foi incendiado num terminal da
Zona Leste de SP. A regra é bem clara: a perda de assaltante ou homicida em
confrontos com policiais resulta em prejuízo de mais de R$ 600 mil aos
empresários de transporte público, visto que este tipo de veículo não tem
seguro, como é comum com automóveis.
Na outra ponta da linha sofre o efeito
colateral a população. Perde mais um ônibus da frota e precisa ficar mais tempo
nos terminais ou pontos. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), neste tipo de
situação, aparece na televisão dizendo que tudo está sob controle, tentando acalmar
o paulistano. Tudo balela.
Infelizmente o crime organizado avançou no
Estado de SP. Mesmo em presídios de segurança máxima, a cúpula dos bandidos
continua mandando, inclusive decretando pena de morte para quem saiu fora da
linha ou tentou ficar com parte maior do dinheiro arrecadado na venda de
drogas, assaltos, propina paga por motoristas das cooperativas de micro-ônibus,
exploração de jogos de azar e casas de prostituição.
Até quando vai persistir essa situação ninguém
sabe. Porém de algo a maioria das pessoas tem certeza: em vez de melhorar, a
tendência é piorar, deixando milhões de paulistanos reféns do medo e da
incompetência de nossas autoridades que deixaram o crime organizado de minhoca
virar dragão.
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