Delegado Aparecido Calandra... |
Coronel reformado Brilhante Ulstra |
e o delegado Dirceu Gravina, trio de torturadores do DOI/Codi paulista |
Luís Alberto Alves
Na segunda-feira
(22), o Ministério Público Federal em São Paulo denunciou à Justiça Federal o
coronel reformado do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ulstra, o delegado
aposentado Aparecido Laertes Calandra e o delegado da Polícia Civil, Dirceu
Gravina. O trio é acusado de matar, por motivo torpe, sob tortura, o jornalista
Luiz Eduardo da Rocha Merlino, durante interrogatório em julho de 1971 no
DOI/Codi da capital paulista.
Durante vários anos a
família da vítima tenta colocar na cadeia os assassinos de Merlino. Escondidos
sob a capa da Lei da Anistia, aprovada em agosto de 1979, os acusados alegam
que os crimes cometidos foram perdoados. Portanto não podem ser presos.
Porém o trio macabro
se esquece de que delitos contra a
humanidade não prescrevem e jamais podem receber anistia. Durante a Ditadura
Militar brasileira, de 1964 a 1985, diversos opositores do regime morreram tomando
choques elétricos pendurados em pau de arara ou sentados na terrível cadeira de
dragão.
Merlino sofreu
tratamento cruel durante 24 horas, a ponto de uma de suas pernas entrar no
processo de gangrena, por causa da quantidade de choques recebida. Também
sofreu diversos tipo de golpes desferidos pelos delegados Aparecido Laertes
Calandra e por Dirceu Gravina. Ambos eram conhecidos pela brutalidade e
instinto assassino quando interrogavam presos políticos.
O coronel Brilhante
Ulstra é suspeito de comandar sessões de torturas no DOI/Codi paulista, na Rua
Tutóia, Paraíso, Zona Sul. Nas décadas de 1960 e 1970 esse endereço virou
sinônimo de morte dolorosa. Quando convocado para prestar depoimentos, Ulstra
alega desconhecer o que acontecia naquela câmara do terror. Às vezes cita a Lei
da Anistia para dizer que seus delitos foram esquecidos. Ninguém sabe até
quando continuará essa novela, mas um dia virá o capítulo final, com o trio de
torturadores punidos.
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