Mesmo juntas, a atenção fica concentrada nos celulares, em vez do contato pessoal |
Luís Alberto Alves
Não importa a idade, os adolescentes de hoje
deixam sem segundo plano o contato pessoal para aumentar a atenção com
celulares ou smartphone. Seus amigos estão nas redes sociais. Poucos ainda saem
de casa para jogar futebol ou praticar brincadeiras típicas desta idade. Nas
festas, eles ficam sentados nas mesas, de olho na tela do aparelho celular.
A preocupação é enviar fotos rápidas do que
estão vendo. Parece febre de mostrar ao colega a importância de participar
daquele evento. Vale tudo. Desde o prato cheio de comida ao pedaço de bolo, ou
mesmo para realçar a qualidade do tênis que usa nos pés. Tudo gira ao redor da
informática.
No café da manhã ou almoço de final de semana,
tanto em casa quanto no restaurante, as mãos estão ocupadas com os celulares.
Puxam pouca conversa com os pais ou mesmo irmãos. Consideram que o melhor é a
conversa virtual, até com alguém que não conhece pessoalmente.
Quando os pais interferem, recebem xingamentos
como respostas. Ou mesmo a observação de que é caretice perder tempo com
diálogos. As imagens no celular valem mais. É campeonato de revelar ao mundo
que consegue estar em vários lugares ao mesmo tempo. Nem as intimidades ficam
de fora. As meninas mostram calcinhas ou até peças de sutiã para as colegas em
poses sensuais. Quando a imagem ganha a internet, percebe o erro cometido.
Nunca devemos ignorar os avanços da
tecnologia. Porém é perigoso quando tudo começa a girar em tordo dela.
Inclusive as relações familiares. Nenhuma máquina é capaz de substituir a
sensibilidade humana, o abraço carinhoso dos pais, o olhar alegre e mesmo a
doce voz de uma mãe ao acariciar o rosto do filho.
Pelo visto caminhamos a passos velozes para
uma sociedade onde a relação pessoal vai dar lugar ao contato virtual. Homens
serão tratados como máquinas. Amizades deixarão o grau de importância de estar
lado a lado, para figurar na tela fria de um computador, onde o indesejável
poderá ser excluído rapidamente. O perigo disto tudo é que a essência do amor
vai se perder e a barbárie ganhará terreno e poder para dominar corações e
mentes.
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