Policial prende um dos desordeiros que depredou e saqueou lojas próximo à Praça Ramos de Azevedo |
Luís Alberto Alves
Cinco minutos. Este foi o tempo necessário
para o fogo consumir um ônibus articulado estacionado próximo ao Theatro
Municipal de SP, Praça Ramos de Azevedo, Centro. As ruas próximas se
transformaram em bagunça. Desocupados, maioria adolescente e jovem passou a
depredar e saquear lojas. Até o final desta tarde (16), a polícia prendeu 70
pessoas envolvidas nos atos de vandalismo.
O estopim de tudo começou no período da manhã,
quando teve início a reintegração de posse de um prédio ocupado por Sem Tetos,
na Avenida São João. Para dificultar a ação, moradores passaram a jogar pelas
janelas pedaços de móveis, inclusive porta de geladeira e tudo que conseguiam
arremessar contra a tropa de choque da PM.
Quando ocorrem episódios desta natureza, logo
aparecem defensores da liberdade de expressão. Criticam a repressão policial.
Inocentam manifestantes, mesmo aqueles flagrados pelas câmeras das emissoras de
televisão chutando portas de estabelecimentos comerciais, para entrar e furtar
as mercadorias. É a inversão dos valores: o errado é certo e o certo é errado.
Ônibus incendiado ao lado do Theatro Municipal |
O ônibus incendiado estava a cerca de 200
metros da sede da prefeitura de SP, uma das mais importantes do País, cuja
cidade tem 12 milhões de habitantes. Infelizmente o PT, ao longo dos anos foi
complacente com desmandos dos movimentos populares. Desviou o olhar para os abusos
cometidos por entidades que mais se parecem organizações criminosas.
Talvez esta seja a razão para o aumento da
ojeriza de parte do eleitor contra o partido. Nunca devemos ignorar que a
maioria da população é conservadora. Principalmente a classe média baixa.
Diversos comerciantes investiram o dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço) para abrir negócio próprio e continuar ganhando a vida. Eles
nunca aceitarão, em nome de uma pseudo democracia, ter suas lojas destruídas e
saqueadas por criminosos infiltrados nestes movimentos sociais.
Hoje (16) a região
central da cidade parou. No período da manhã ninguém conseguia passar ou
atravessar pelo viaduto do Chá, Avenidas São João, Ipiranga, Rio Branco e Ruas
Xavier de Toledo e Consolação. Imagino o desespero de tantos motoristas de
ambulâncias que tinham dificuldade para chegar à Santa Casa ou mesmo subir na
direção do Hospital das Clínicas.
Quantos paulistanos não ficaram reclusos
dentro dos ônibus parados e atemorizados com as depredações que aumentavam a
cada instante. Quem estava a pé logo virou alvo das bombas de efeito moral,
recurso usado para conter distúrbios. Novamente os defensores da liberdade de
expressão criticaram a polícia. Não podia agir desta forma. Porém nenhum deles
teve a audácia de abordar os desordeiros e dizer que democracia não é sinônimo
de bagunça. Infelizmente pimenta nos olhos dos outros é doce.
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