Aos poucos as cédulas perdem espaço para o dinheiro virtual |
Luís
Alberto Alves
Tente lembrar-se de quando foi a última vez
que você pegou todo o dinheiro do seu salário e saiu com ele do banco. Melhor:
recorde o dia em que reuniu várias cédulas de R$ 50 ou R$ 100 para quitar uma
dívida de alto valor. A maioria optou pela tecnologia oferecida pelo sistema
financeiro de fazer transferência pela internet ou mesmo no caixa automático,
sem colocar as mãos na grana.
Atualmente todas as empresas depositam o
salário direto na conta corrente do funcionário. Não há contato com o dinheiro.
A fatura do cartão de crédito é paga da mesma forma, o mesmo ocorre na
prestação do carro, apartamento, mensalidade da escola ou faculdade; compras no
supermercado. Tudo virtual. A digitação da senha autoriza a transferência ou
autoriza o desconto daquela quantia no saldo daquele consumidor.
Por causa da violência, a população escolheu
este meio seguro de administrar o seu dinheiro. Ninguém ousa colocar no bolso
ou valise R$ 2 mil ou R$ 5 mil. É suicídio agir deste jeito. Para evitar seqüestros
relâmpagos, portaria do Ministério da Fazenda proíbe saques elevados durante o
período noturno em qualquer região do Brasil. Para fortalecer o sistema,
valores altos só podem ser retirados pelo cliente na própria agência onde
mantém conta.
A rapidez do processo cada vez mais joga para
escanteio o talão de cheque. Para fugir dos caloteiros, vários estabelecimentos
não aceitam pagamentos com a famosa folha de papel, sinônimo de dinheiro vivo
décadas atrás. Ou cartão de crédito ou de débito.
Hoje o dinheiro muda de lugar através da
digitação de senhas do correntista. Caso opte para quitar prestação, recebeu o
boleto no e mail ou mesmo em casa. Foi ao caixa automático, digitou a senha. O
compromisso acabou saldado. Não teve contato algum com as cédulas de papel.
Para usar o transporte coletivo, poucas
pessoas utilizam dinheiro no pagamento de passagens. Entra em ação o Bilhete
Único. Com a compra de crédito, elas usam ônibus, Mêtro ou trem, sem enfiar as
mãos nos bolsos. O sistema identifica aquela conta abastecida e o acesso é
permitido.
Aos poucos o mundo caminha para a sociedade
financeira virtual. Onde a principal moeda de troca não precisará ficar em
contato direto com o homem. Basta que sua conta corrente esteja abastecida. A
disputa dos criminosos é criar sistema que possa burlar a segurança do sistema
financeiro e acessar informações para liberar dinheiro para suas contas. Mesmo
bandidos, precisarão de conhecimento virtual para ficar com o dinheiro de suas
vítimas. Pelo visto, o cartão magnético ficará mais importante que as cédulas
de real ou dólar.
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