Iguais a bezerros, os clube de futebol brasileiros continuam mamando nas "tetas" do governo |
Luís
Alberto Alves
No Brasil, país da Copa do Mundo de 2014, os
clubes de futebol devem mais de R$ 2,5 bilhões ao governo. Nos últimos anos
renegociaram os débitos, mas deram calote. Para ajudar foi criada a loteria
Timemania, porém os cartolas alegaram que a receita gerada não surtiu efeito
desejado, ela ajudaria cobrir o parcelamento da dívida. Agora tentam parcelar o
que devem em suaves prestações pagas no prazo de 20 anos.
Como consumidor impulsivo, os clubes continuam
aumentando os gastos com jogadores, usando dinheiro, inclusive as luvas pelos
novos contratos de TV. Ao contrário de empresas particulares, onde não se paga
salários astronômicos aos funcionários, e elas evitam servir de trampolim para
cargos políticos, os cartolas agem de forma diferente.
Desde os pequenos aos maiores times de futebol
no Brasil, sempre existe dirigentes envolvidos com política, seja na esfera
municipal ou estadual. O próprio expresidente Luiz Inácio Lula da Silva é
sócio honorário do Corinthians, assim como o exgovernador de SP, Luiz Fleury
Filho. A família de políticos, Abi Chedid, é quem manda no Bragantino (SP), por
exemplo. O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, do PMDB, foi presidente do
Palmeiras recentemente.
O atual senador mineiro Zezé Perrella (PDT),
condenado em março deste ano por improbidade administrativa, presidiu o
Cruzeiro; o sem educação Eurico Miranda esteve à frente do Vasco da Gama e foi
deputado federal. Na época de eleições usam os clubes como plataforma para
obter votos. A maioria nunca esteve interessada numa administração séria, onde
gastos jamais devem superar os valores arrecadados.
Na Europa, desde a temporada 2012/2013, os
clubes estão submetidos ao Fair Play Financeiro (precisam empatar orçamento
entre despesas e receitas se quiserem permanecer nas disputas das competições
da Uefa). Eles não podem gastar mais do que arrecadam. Diferente do Brasil,
famoso pela tática morde e assopra, a lei funcionou contra o Málaga (Espanha),
impedido de participar da Liga Europa 2013/2014, por desrespeitar as regras da
federação.
Em São Paulo a maioria dos times de futebol da
capital construiu centros de treinamento em áreas públicas, caso do Palmeiras,
São Paulo, Corinthians e Portuguesa. Repetiram o mesmo recurso dos Sem Tetos,
literalmente invadiram terrenos do governo para construir campos de futebol e
instalações para atletas. No caso de invasores em busca de habitação, a polícia
desocupa a área. Quando se trata de clubes, nada acontece.
Não é novidade atrasos de salários de
jogadores de futebol, inclusive no pagamento de 13º no final do ano. Mesmo nos
clubes que vendem suas estrelas ao Exterior por valores exorbitantes, a
ladainha da falta de dinheiro se repete sempre. A má administração é notória em
todos eles. O Santos, que na época da máquina de títulos com Pelé ganhou
fortunas, durante a década de 1960, não investiu o dinheiro na construção de um
estádio, e continua vivendo na penúria, mesmo após a venda de Neymar para o
Barcelona.
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