Do sonho de Martin Luther King em 1964, ainda há muito para se tornar realidade |
Luís Alberto Alves
Hoje (4) completa 46 anos da morte do
pacifista Martin Luther King. Muito tempo se passou e a situação do negro nos
Estados Unidos pouco mudou. A pobreza ainda atinge em cheio a população afro
norte-americana, grande maioria nos guetos existentes nas metrópoles. A
diferença para com o Brasil é que no país administrado atualmente por Barack
Obama é que a plástica enverniza a miséria.
Com 2,3 milhões de presos, o percentual maior
é de negros. Eles também são os que ocupam em grande maioria, ao lado dos
imigrantes, os trabalhos de baixa remuneração. Quando vão engrossar as fileiras
de militares nas guerras disputadas pelos Estados Unidos ao redor do mundo, uma
minoria está nos postos de comando. Quem vira bucha de canhão no campo de
batalha são os soldados negros.
O racismo continua forte no Sul dos Estados
Unidos, como na época das famosas marchas de Martin Luther King, principalmente
no Alabama. Tanto que o feriado nacional decretado pelo governo federal de
comemorar na terceira segunda-feira de janeiro O Dia de Martin Luther King foi
desobedecido várias vezes em inúmeras regiões do país. Os governantes racistas
abertamente se recusavam deixar de trabalhar nesse dia, num confronto direto
com o que foi determinado em Washington.
Vale destacar que a consciência política do
negro norte-americano é maior do que a existente no brasileiro, ainda preso no
tripé samba, carnaval e futebol. Mesmo com várias barreiras, diversas cidades
dos Estados Unidos têm prefeitos negros, assim como governadores. O Congresso
Nacional tem deputados e senadores afros. Isto porque a população negra naquele
país é estimada em 12% contra 50% no Brasil.
O grande legado de Martin Luther King foi o
despertar pelas mudanças, inclusive políticas, exigindo que o direito ao voto
fosse estendido aos negros, que até 1964 eram proibidos de votar e se
candidatar a qualquer cargo eletivo. Lutou pela igualdade, pois todos os homens
são iguais.
Mas passados 46 anos do assassinato dele, a
população afro norte-americana precisa continuar batalhando para sair do
horrível posto de liderar os índices de criminalidade, engrossando a quantidade
de detentos. O negro nos Estados Unidos, assim como no Brasil, ainda é alvo
preferido da polícia, principalmente nas famosas blitz. A mulher afro também
está presente, em grande número, na prostituição e ganhando baixos salários nas
indústrias.
Ou seja, o grande sonho de Martin Luther, que
foi enfatizado várias vezes durante a Marcha sobre Washington em 1963, existe
muito para virar realidade. Há bastante pesadelo tirando o sono do negro norte-americano,
mesmo com o presidente Barack Obama no poder. A cultura segregacionista ainda
está impregnada na mente das pessoas que moram em várias regiões daquele país.
Cabe ao tempo apagar essa triste realidade e provar, de uma vez por todas, que
todos somos iguais, principalmente quando nosso corpo é depositado numa
sepultura.
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