O acidente provocou a morte de 15 pessoas |
Luís Alberto Caju
Na madrugada de domingo (22), um ônibus da
Viação Penha, com 54 passageiros, caiu numa ribanceira, próximo ao km 300 da
Rodovia Régis Bittencourt, pista PR/SP. Quinze pessoas morreram no acidente e
33 ficaram feridas. O veículo viajava de Curitiba em direção ao Rio de Janeiro.
Ele saiu da capital do Paraná às 20h15 de sábado (21) e sofreu o desastre por
volta das 2h30 do domingo, quando passava próximo à São Lourenço da Serra,
Região Metropolitana de São Paulo.
Em depoimento à polícia, o motorista Oseas dos
Santos Gomes, 56 anos, 24 deles dirigindo ônibus, seis anos na atual empresa,
disse que não se lembra de como ocorreu o acidente, apenas viu mato na frente.
De acordo com o delegado Renato Gonçalves, do distrito policial de Itapecerica
da Serra, Grande São Paulo, Gomes não soube explicar como tudo aconteceu.
Exames constataram que ele não ingeriu bebida alcóolica.
O motorista garantiu ter 12 horas de folga
antes de assumir a direção do ônibus. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o
desastre ocorreu numa curva moderada da Régis Bittencourt, sem defeitos no
asfalto e com sinalização adequada. No local não havia marca de frenagem
brusca. Gomes afirmou, em depoimento, que percebeu a perda de controle do
veículo quando ele rolava pela ribanceira.
A passageira Elizabeth de Souza, psicóloga em
Santa Catarina, ressaltou que o ônibus bateu em um lugar mole, pois não
provocou barulho e começou a rodar. De acordo com o delegado, estava prevista
uma parada no meio da madrugada, na Via Dutra, para troca de turno do
motorista, que não ocorreu por causa do acidente.
O curioso no relato de Gomes é ele afirmar que
percebeu que não tinha mais controle do veículo quando começou a descer pela
ribanceira. Durante a noite acontece de o motorista adormecer de “olhos abertos”.
Ou seja, os reflexos reduzem e a pessoa não percebe que está dormindo. Se
estivesse acordado teria freado na curva ao pressentir o perigo, como faz
qualquer condutor de veículo na iminência de um acidente.
A Polícia Rodoviária Federal ressaltou não
existir marcas de freadas bruscas no local. Que é de curva moderada, não
exigindo grande esforço para contorná-la. A passageira que se lembra de que o
veículo ter batido em algo mole e começado a rodar em seguida, é outro indício
de que os reflexos de Gomes estivessem reduzidos.
No horário do acidente (às 2h30), o motorista
já estava dirigindo há mais de 6 horas (período suficiente de uma viagem de São
Paulo ao Rio de Janeiro). Não se sabe o local da Dutra onde ocorreria a troca
de turno, mas é bem provável que a jornada teria passado das 8 horas. A perícia
vai indicar o que realmente aconteceu, mas é muito grande a suspeita de que o
sono de Gomes seja o responsável por esse grave acidente.
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