O segredo é amar as mulheres, sem cair no erro de tentar compreender suas atitudes |
Luís
Alberto Caju
Em mais de meio século de vida já descobri
muitas atitudes estranhas. Algumas de enojar. Exemplo: por que o cachorro faz
cocô e depois come as próprias fezes? E o porco, após tomar banho, acaba
mergulhando na parte suja do chiqueiro para espantar a limpeza? Outro negócio
que até hoje não consegui compreender, é mulher nunca segurar na alça do caixão
num enterro, mesmo que seja de parentes próximos. Qual razão para os homens
terem essa prerrogativa?
Por razões que desconheço, as mulheres gostam
de conversar comigo; algumas depois de decorrido algum tempo expõem suas lutas
em busca de conselho, um norte para vida. Ao contrário de muitos amigos e
colegas, consigo manter uma amizade feminina sem a necessidade de que tudo
termine, de vez em quando, numa cama de motel. Separo apego de desejo sexual.
Tenho amigas que conversamos há 30 anos.
Nesta caminhada de bastante bate papo com
elas, até hoje algo martela minha cabeça: “Qual a razão de homem canalha gozar
de bom ibope junto às mulheres”? Já ouvi várias respostas. Algumas dizem que o
homem sem pitada de canalhice é semelhante comida ausente de tempero!
Como jornalista, sou observador e pesquisador
e, detectei que diversos maridos bons, tipo sujeito que faz feira no domingo,
enquanto a esposa dorme um pouco até tarde, que vai ao supermercado sozinho,
paga as contas e aguenta calado a mudança de humor da mulher, principalmente na
época de TPM, ficaram a ver navios.
Parece que o marido pegador, que não perdoa
desde a recepcionista à faxineira da empresa, é o sujeito que fica bem no filme
com as mulheres. Uma delas, jovem e separada, explicou-me que o esposo ideal
precisa ter mistura exótica de dureza (bate na mesa que não vai fazer algo e
pronto) e sensualidade bruta (de surpresa resolve transar em qualquer lugar da
casa, sem nenhum aviso, retirando a roupa dela, com certa aspereza) e que nunca
satisfaça todos os desejos dela!
Outra confessou a mim que o seu amado causava
tédio, por causa do bom comportamento. Nunca reclamava com ela sobre nenhum
defeito, mesmo quando existia pirraça de propósito. Reclamou de ser um
gentleman, não falar palavrões em nenhuma hipótese. O pior, segundo ela, é que
o camarada sempre estava pronto para loucura que pretendia fazer. Como sair
para passear à noite, após 22h, pelas ruas da região central de SP.
Como repórter de Polícia, durante três anos,
percebi que malandro tem sempre mulher bonita e fiel. Às vezes tentava compreender
como uma menina linda resolvia entrar num relacionamento de risco, com grande
chance de ficar viúva de repente. Pasmem! Muitas delas disseram que é charmoso
ter marido bandido. São respeitadas e nenhum maluco vai querer algo com elas,
por que beijo deste tipo de mulher tem gosto de chumbo.
Outro detalhe curioso, de acordo com a opinião
de muitas mulheres que já ouvi, é que marido bom precisa ter atitude. Em tudo!
Não pode ser democrático. Pensou que algo será bom, não espera uma mesa redonda
para transformar teoria em prática. Camarada que faz rodeios, indeciso, é sério
candidato a levar chute num relacionamento. Se o chuveiro queimou, tenta
consertar ou vai, rápido, atrás de quem saiba resolver o problema.
Porém, a resposta feminina que mais me deixou
impactado partiu de uma amiga, bem resolvida, bonita e separada: “Para ter
sucesso no casamento não seja muito certinho. Use, de vez em quando, o seu
tempero de canalhice. Muita bondade deixa um relacionamento desse tipo um tédio”.
Fecho esse artigo com a frase que li numa rede social: “Ame as mulheres, mas
nunca caia no erro de compreendê-las”.
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