Nas mãos de um rebelde sírio o famoso fuzil russo Ak 47
Luís
Alberto Caju
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A única parte que sai
perdendo numa guerra é a população, e, claro, a verdade. Essa macabra indústria
fatura bilhões em cima da morte. Quanto mais durar o conflito, aumenta o volume
de dinheiro nos cofres das empresas fabricantes de armamentos. Essa é a razão
de as grandes potências se envolverem nos conflitos, indiretamente.
Na batalha em busca do
dinheiro sujo de sangue, correm na mesma pista Estados Unidos, Rússia, China,
Grã-Bretanha, França, Alemanha e Israel. No primeiro semestre de 2013, os
rebeldes sírios passaram a receber armas enviadas por um pool de países europeus
na luta para tirar do poder o carniceiro e presidente Bashar al-Assad. Alguém
pagou a conta. E ela foi alta.
Mas a sede pelo dinheiro
não deixa de fora nações que aparentemente não figuram na linha de frente do
clube dos grandes fabricantes de máquinas de matar. Do Líbano, o terrorista
grupo Hezbollah está envolvido neste conflito, mas ao lado do governo sírio. O
dinheiro do armamento vem do Irã e das vendas do haxixe cultivado no Vale de
Beeka, no Líbano.
O crime organizado em
nível internacional entra no circuito ajudando no contrabando de todo tipo de
equipamento, visando sempre ganhar dinheiro na empreitada. É desta forma que os
rebeldes sírios recebem munição e armas, às vezes passando pela cidade
fronteiriça de Qusair.
Na Guerra do Vietnã ocorreu
o mesmo. A então União Soviética, do qual a Rússia era país integrante, ficou
ao lado dos Vietcongs fornecendo armamento e suprimentos. Com esse apoio
conseguiram derrotar o forte Exército dos Estados Unidos num conflito que durou
mais de dez anos. No poder, a República Socialista do Vietnã não se esqueceu da
ajuda soviética nos acordos econômicos que fechou depois.
Assim como o comerciante
de alimentos fatura e sobrevive combatendo a fome. Afinal de contas as pessoas
compram comida é para saciar a vontade de comer, do contrário perdem a vida. A
indústria armamentista ganha bilhões com a morte nos campos de batalhas. Paz é
mau negócio para este segmento econômico.
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