Luís
Alberto Alves
Pesquisa publicada
nesta semana revela que no Brasil temos um processo de extermínio de jovens
negros, na faixa etária de 15 a 29 anos. Pior, de 100%, 94% são homens. A
maioria é vítima de arma de fogo. O estudo realizado pelo pesquisador Julio
Jacobo Waiselfisz, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso)
mostra uma política clara de extermínio.
Antes, existiam
comentários e dos quais o governo se esquivava dizendo que nada apontava para
essa causa. Agora, após minucioso estudo, ficou bem claro que ser jovem e negro
no Brasil, é meio caminho andado rumo ao cemitério, deixando para trás sonhos
de entrar na faculdade ou mesmo constituir família e despontar no mercado de
trabalho.
Desde a década de
1960, quando a Ditadura Militar assumiu o poder em 1964, acabou implantada na
mente das polícias Civil e Militar que o povo era o inimigo da segurança
nacional. Precisava ser combatido como algo estranho no País. Passados 31 anos
do fim deste tenebroso sistema de governo e o Brasil continua refém desta
terrível ideologia.
Para a polícia,
qualquer negro é suspeito, não importa a região. Caso esteja de carro num
bairro de elite, logo é confundido como bandido e precisa sofrer severo
combate. As justificativas são invalidas. Nem o crachá de funcionário ou
carteira de trabalho assinada convence Pms ou investigadores. É negro. Logo é
bandido.
Caso continue o
extermínio, dentro de algum tempo não teremos mais negros neste país. Eles
estarão dentro dos cemitérios. Nem Hitler teria tamanha inteligência para sumir
com uma etnia, de forma legal. Usa a polícia, sob argumento de combater a
violência, e mata livremente os jovens negros que encontra pela frente,
principalmente nas periferias.
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