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A modelo Aline Furlan desapareceu após sair de um bar em Piracicaba, interior paulista |
Luís Alberto Alves
O caso da modelo
Aline Furlan, que ficou desaparecida 16 dias, é curioso. A Polícia da região de
Piracicaba (SP) se mobilizou para tentar localizá-la, inclusive usando
helicóptero visando encontrar o veículo, com o qual ela foi vista saindo de uma
festa em Piracicaba, interior paulista, para se dirigir à sua casa em Santa
Bárbara d´Oeste.
O esforço policial é
elogiável. Porém fica o questionamento: caso Aline fosse uma jovem da
periferia, filha de favelados, pobre, funcionária de alguma empresa de pequeno
porte, existiria o mesmo empenho da Polícia? É bem provável que não. Tudo
estaria na tenebrosa estatística de casos a esclarecer.
No Brasil existem
pessoas que são mais iguais do que outras, por causa da posição social,
econômica ou política que ocupam. O Zé Ninguém ou Maria sem sobrenome é apenas
número. Se por ventura sumirem do mapa, dificilmente algum delegado irá gastar
tempo no esclarecimento daquele crime.
Essa dura realidade
perdura há séculos. O sistema escolhe quem merece tratamento top. Pessoas
integrantes do time do Miséria Futebol Clube jamais, salvo exceções, receberão
atenção da Segurança Pública. As Mães da Praça da Sé sentem na pele essa
realidade. Procuram seus filhos há anos, por que a polícia os deixou de lado.
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