Luís Alberto Alves
O corpo humano, no
quesito funcionamento, tem certa semelhança com os automóveis novos. Na
adolescência está no auge. Desconhece o cansaço. Raramente vai ao médico, assim
como o veículo 0 km passará longe da oficina. Tudo funciona perfeitamente.
Consegue cobrir grandes distâncias sem fadiga.
As peças
lubrificadas permitem excelente desempenho. É igual o coração de jovem, os
olhos, os ouvidos, os dentes, a musculatura e até a mente. Por causa disso as
Forças Armadas escolheram os 18 anos como idade limite para o Serviço Militar
obrigatório. A tropa está no auge e pode pegar pela frente qualquer tarefa e
tira de letra.
Mas o velho e
metódico tempo nos aguarda. Aos poucos, ele se aproxima e a perfeição começa a
bater em retirada. Principalmente após os 35 anos, quando a celulite abraça as
mulheres lentamente e a barriga insiste em marcar presença junto aos homens. As
cáries já demonstram sua fúria junto aos dentes.
Depois dos 55 anos o
tempo já mostra o impacto de sua presença. A memória começa a falhar. A energia
física não é a mesma. Nem mesmo a vontade gostosa de fazer sexo prevalece todos
os dias. Tudo entra em marcha lenta. Até a pressa em mudar o mundo, marca da
juventude, cede lugar à calma. Enfim, a velhice do corpo se aproxima e com ela
a perda da velocidade, em alguns casos, até do raciocínio.
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