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Nas crises econômicas, a bomba estoura em cima do trabalhador |
Luís
Alberto Alves
Bastaram alguns poucos dias de greve para
ocorrer mudanças na postura da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo
(SP). Antes da paralisação, a empresa pretendia demitir 1.500 funcionários e se
recusava a entrar no PPE (Programa de Proteção ao Emprego), lançado pelo
governo federal visando estancar as inúmeras demissões que ocorrem no mercado
automobilístico.
O grande problema desse segmento industrial é
procurar ajuda do governo nos momentos de crise econômica, sem oferecer contrapartida.
Ganhou muito dinheiro nos últimos anos, agora em poucos meses de vacas magras
não teve dó de colocar na rua cerca de 10 mil trabalhadores.
Em época de crise a mesma ladainha é repetida
pelo empresariado: “a forte carga tributária dificulta a contratação de
empregados e mantê-los é difícil por causa do custo Brasil”. Concordo que é
grande a fome tributária do governo, mas é injustiça só comer o bolo e nunca
colocar a mão na massa.
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