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Na maioria dos ataques, inocentes são mortos por PMs agindo como matadores de aluguel |
Luís Alberto Alves
O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção
à Pessoa) vai pedir a prisão temporária do PM Fabrício Emmanuel Eleutério
reconhecido ontem (25) por testemunha como autor de tiro em ataque em Osasco
(SP) que deixou pessoa feria na Rua Suzano, Vila Menck, um dos dez pontos onde
ocorreram ação dos matadores, deixando 18 mortos e seis feridos.
Preso desde sábado realizando funções
administrativas na Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), ele responde a
cinco processos na Justiça e já havia sido preso há dois anos sob suspeita de
integrar grupo de extermínio.
Ao analisar os vídeos postados nas redes
sociais, onde os matadores executam várias pessoas dentro de um bar, é possível
identificar que o modo de agir dos assassinos é semelhante aos da PM quando
abordam suspeitos. Seguram as armas com uma só mão, não as balançam ao efetuar
os disparos, além de não tremer os braços. Atiram poucas vezes, mas em locais
mortais. Típico de execução.
Qual a razão para o policial virar matador?
Tirar a vida friamente de alguém, às vezes levando o corpo e jogando em locais
desertos, sem qualquer documento para dificultar sua identificação? Talvez,
segundo estudiosos, seja a inércia do nosso atrasado Código Penal, tolerante na
punição contra criminosos.
Não é novidade os casos de bandidos que
sorriem de PMs quando acabam soltos. Por causa da superlotação responderão em
liberdade o processo, salvos quando sejam crimes hediondos ou cometidos com
requintes de perversidade, impossibilitando qualquer chance de defesa à vítima.
O embrutecimento no dia a dia da profissão
retira sensatez e transforma policiais nos assassinos que eles deveriam prender
e retirá-los das ruas para preservar a vida de inocentes. Açoitados pela
ideologia de segurança nacional, ainda vigente nos quarteis da Polícia Militar
de todo o Brasil, passam a visualizar a população da periferia como inimigos de
Estado.
Daí para frente uma tênue linha separando o
bom senso e a bárbarie é rompida todos os dias. Pesquisa recente revelou que a
população sente medo da polícia. Tem razão. Com raras exceções, as blitzen nas
periferias, principalmente contra negros e pobres, são acompanhadas de extrema
violência.
É neste caldo de intolerância em que os
matadores usando fardas e distintivos passam a fazer o papel de Deus, retirando
a vida do próximo, quando esse desobedece às regras da boa convivência. Caso
não haja mudança nesta ideologia intacta nas polícias militares do Brasil, os
PMs matadores continuarão ceifando vidas, na maioria das vezes de inocentes.
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