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Acusado de atirar é reflexo de uma sociedade neurótica |
Luís
Alberto Alves
Na madrugada desta segunda-feira
(30), o motorista de ônibus José Marconi da Silva atirou num passageiro que se
recusou a pagar passagem. Antes de ser ferida, a vítima agrediu o cobrador e xingou o
condutor. Não é bom motorista de qualquer tipo de veículo andar armado, nem
muito menos resolver desavenças na bala.
Este exemplo mostra que nossa sociedade está à
beira de um ataque de nervos. Hoje tudo é motivo para conflito. O balconista
não pode demorar em trazer o cafezinho e logo é alvo de palavrões. A mesma cena
pode se repetir na fila do banco. O caixa vira alvo de fortes críticas porque o
atendimento é vagaroso.
Mesmo dentro de casa, os nervos andam a ponto
de explodir. O marido responde ríspido para a esposa a qualquer crítica. O
mesmo ela faz ao pegar o prato fora do lugar. Os filhos alteram o tom de voz
quando são proibidos de ficarem acordados até a madrugada por causa da
dependência nas redes sociais.
Na verdade é essa sociedade maluca quem
apertou o gatilho do revólver do motorista Silva. Talvez já embrutecido pelo trabalho, onde não
faltam passageiros mal educados e salários baixos e, às vezes, até salários
atrasados. Igual barril carregado de pólvora, ele não resistiu à pressão e
acendeu o pavio da bomba que muitos brasileiros carregam dentro de si, apenas
aguardando o momento de jogar tudo para os ares.
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