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Triste rotina dos viciados na Cracolândia em São Paulo |
Luís
Alberto Alves
Numa das famosas audiências públicas no
Congresso Nacional, o deputado Jean Wyllys (PSol/RJ) defende abertamente a
legalização das drogas no Brasil. Mais ainda: sustenta que o crime organizado
seja transformado em empresa, gerando emprego seguro, na visão dele, das
pessoas que vivem naquele submundo de horror.
É o cúmulo do absurdo. Só alguém que não
conhece o terror enfrentado por familiares de pessoas escrava desse vício maldito
para abrir a boca e falar tamanha besteira. Desconhecem a dor de uma mãe
desesperada pelo filho ou filha desaparecido. Saiu no final de semana e só
volta na quarta-feira ou no outro sábado. Da jovem bonita, criada com tanto
carinho, se transformar num farrapo humano, vendendo o próprio corpo por uma
pedra de crack ou dois papelotes de cocaína.
Também não sabe o desespero de ver alguém
vendendo tudo para saciar o desejo de consumir a dose de veneno vendida pelo
traficante. Sapato, principalmente de grife, roupas, celular, relógio,
eletrodoméstico ou até mesmo pneus do carro dos irmãos ou pais. Jean Wyllys
deve conhecer a realidade de ouvir falar. Talvez nunca sentiu na pele esse
problema, de enfrentar alguém em crise de abstinência, completamente alucinado
e tentando agredir todos que estiverem a sua frente.
Defender a legalização do crime organizado
como solução para as drogas é o mesmo de exigir tratamento igual para os
assaltantes, como se o mal praticado por essa escória perdesse sua nocividade. Em
nome da democracia, os nossos ouvidos viraram bacias sanitárias. É essa minoria
que sustenta teses absurdas no parlamento e por causa do silêncio da maioria do
bem, elas viram realidade.
Para o leitor que considerar o meu texto
homofóbico eu recomendo visitar mães que tenham filhos envolvidos no uso e
tráfico de drogas. Durmam ou passe alguns dias naquela residência para sentir
na pele a realidade do dependente químico. A tortura psicológica vivida por
essas famílias, a cada telefonema ou passagem do carro de polícia que pode
trazer a notícia ruim. Pergunte aos soldados do tráfico se é fácil sair daquela
vida e qual o pensamento dos narcotraficantes. Depois disso tirem suas
conclusões.
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