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Ataque do PCC em maio de 2006 |
Luís
Alberto Alves
Hoje se confirmou minhas suspeitas, e quase
certeza, de que o fim dos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) em maio
de 2006 ocorreu por causa de acordo negociado entre o governo de São Paulo e o
líder da facção criminosa, Marcos Williams Herbas Camacho, o Marcola.
Na época, a cúpula da Segurança Pública,
inclusive o secretário truculento Saulo de Abreu Filho, concordou em baixar a
cabeça e reconhecer que naquela tarde de domingo, 14 de maio, a situação já
estava fora de controle, com dezenas de policiais executados e diversos ataques
contra delegacias e batalhões, além de inúmeros ônibus queimados.
Soube por meio de outros colegas que faziam
reportagens sobre segurança pública que o governo tucano de SP tinha autorizado
a alta cúpula policial paulista a se encontrar com Marcola no presídio de
Presidente Bernardes. Percebi que algo estava errado, porque só após decorridos
alguns dias o Marcola poderia receber visita.
A linha de frente do PSDB, inclusive o atual
senador José Serra, desdenhou dessa proposta e disse que nunca os tucanos iriam
negociar com bandidos. Porém, nada como o tempo para trazer à tona o que estava
escondido. Hoje, o governador Geraldo Alckmin alega ter reduzido a
criminalidade em São Paulo. Mentira, o cachimbo da paz fumado com a linha de
frente do PCC é a responsável por esse sossego temporário.
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Toda a cúpula da Segurança Pública em 2006 fora nomeada por Alckmin |
Atualmente são raros os motins nos presídios.
Em troca, os agentes penitenciários fazem vistas grossas para entrada de
celulares, drogas e além de ignorar outras regalias que os simpatizantes do PCC
gozam. Em nenhuma cidade de São Paulo é aberto ponto de venda de drogas sem
autorização dessa facção criminosa.
É triste saber que o governo de um dos Estados
mais importantes do País aceitou baixar a cabeça perante o PCC. É o atestado da
falência da segurança pública. É reconhecimento de que os mais de 90 mil homens
da polícia não conseguem mais derrotar a bandidagem em número inferior, porém
organizada, usando táticas de guerrilhas para vencer um aparato policial
ineficiente.
Esse é o resultado da falta de investimento em
tecnologia e salários bons para inibir a corrupção na tropa. Os tucanos são
reconhecidos por falar muito e apresentar propostas concretas. Para enganar a
população compraram veículos mais possantes, mas sem sofisticada aplicação de
recursos nas investigações é o mesmo de enxugar o chão com a torneira aberta.
Por meio da leitura de vários livros versando
sobre como vencer um inimigo e aplicação de táticas de guerrilha, o crime
organizado continua nadando de braçada em São Paulo. Está presente nos mais
diversos setores da sociedade, de forma invisível. Atua no tráfico de drogas, roubo de cargas,
assaltos a bancos e condomínios fechados, exploração de jogos de azar,
prostituição e até venda de proteção.
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O truculento secretário Saulo de Castro Filho virou carneirinho diante dos ataques do crime organizado |
Agora cabe ao cidadão comum clamar com mais
força para Deus lhe proteger. Deve esquecer as autoridades governamentais. Elas
estão impossibilitadas de fazer qualquer gesto neste sentido. Em tempo: não faz
muitos meses parentes do governador Geraldo Alckmin foram atacados por
bandidos. Eles sabiam toda a rotina da segurança do Palácio do Governo. Era o
recado de que realmente estão no controle da situação. Tudo isso para a
tristeza dos cidadãos de bem.
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