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Desembargador Ivan Sartori |
Luís
Alberto Alves
O desembargador Ivan
Sartoni, ex-presidente do Tribunal de Justiça de SP , será denunciado amanhã
(18) ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por abuso e falta de isonomia e
impessoalidade no julgamento dos policiais que participaram do massacre do
Carandiru em 1992.
Segundo ele, que
absolveu os PMs envolvidos nesta chacina onde oficialmente morreram 111
detentos, os agentes teriam agido em legítima defesa. Mesmo com a maioria das
vítimas recebendo tiros na nuca e de cima para baixo, num claro sinal de que
estavam ajoelhadas, Sartori alegou ignorância de quem pediu a condenação dos
policiais.
No final da década
de 1990 entrevistei um sobrevivente daquele massacre e a história dele é
diferente da defendida pelo desembargador. O rapaz, condenado por homicídio,
garantiu que os Pms enfiavam o cano das armas na abertura das portas, por onde
são colocadas as quentinhas, e disparavam diversas vezes.
Como pode alguém
colocar em risco policiais fortemente armados, que entraram nos três andares do
extinto pavilhão nove atirando para todos os lados? Alguns usavam
submetralhadoras e pistolas automáticas. Mais curioso é que nenhum policial foi
atingido por tiros. Que legítima defesa é essa, onde a vítima é quem executa
seus possíveis agressores?
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