Luís Alberto Alves
O tempo é
implacável. Não poupa ninguém. Trata a todos igualmente. Quanto estamos na
adolescência, a energia transborda no corpo. Você consegue ficar acordado a
noite inteira e pegar no sono depois do meio-dia e após algumas horas, fica de
pé e pronto para outra maratona.
O apetite sexual é
voraz. Se a festa estiver repleta de garotas bonitas e à procura de alguém
(hoje, elas avançam o sinal sem qualquer cerimônia), é possível ter gás para
enfrentar um batalhão. Tudo sem direito a ficar de língua de fora ou dores nas
costas.
Mas o velhinho tempo
lhe pegará lá na frente. Sutilmente começa a sinalizar sua presença depois que
a barreira dos 40 anos for ultrapassada. Porém, tudo vira realidade após os 55
anos. A visão não terá a mesma qualidade. A musculatura começa a definhar, os
ossos tornam-se frágeis e as dores viram rotina.
Arquitetamos muitos
planos, porém o gás para tirá-los do papel vai reduzir ano a ano. Procuramos
não pensar, mas de forma preliminar a plaquinha do final da jornada passa a
aparecer no caminho. Visitas frequentes ao médico, dentista e esquecimento de
coisas simples, como onde deixou o livro que acabou de ler.
Nesta
fase tudo se repete. O prazer de assistir a um filme já não é o mesmo.
Campanhas políticas são replay de outras que você viu quando tinha 20 anos.
Artistas vendidos como revelação não te seduzem, porque sabe que aquilo é outra
armação do show biz.
Outro
sinal do tempo chegando ao fim, é quando olha para os filhos, jovens, e imagina
que no sacrifício poderá ver o nascimento dos netos, porém estar no altar
participando do casamento deles é algo que dificilmente será cumprido. É o
término de uma grande jornada neste campo de futebol chamado Terra, onde você
participou do time da vida, como atleta de excelência....
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