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Na luta pela melhoria da educação, tamanho não é documento |
Luís
Alberto Alves
O triste show de pancadaria e truculência proporcionado pela PM, a
pedido do desgovernador Geraldo Alckmin (PSDB) chegou ao fim, após série de
mobilizações de estudantes contrários ao fechamento de 94 escolas em SP. Eles
ocuparam 196 colégios públicos, a maioria na capital paulista, e foram às ruas,
sob golpes de cassetetes, spray de pimenta, socos no rosto, pontapés e até
ameaça de tortura física.
O anúncio de suspensão do
fechamento das escolas ocorreu hoje (4), no início da tarde, no Palácio dos
Bandeirantes, quando o professor Alckmin garantiu que os alunos estudarão em
2016 em suas escolas e será aberto diálogo com cada uma das unidades.
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Violência: a linguagem do desgovernador Alckmin (PSDB) |
O clone de Adolf Hitler percebeu
que estava equivocado ao tentar enfiar goela abaixo o nefasto projeto de fechar
94 escolas, que ganhou o eufemismo de reorganização escolar. Pela ótica tucana,
crianças e adolescentes iriam estudar 1,5 quilômetro longe de suas casas. Mas na
realidade a distância seria maior e as novas unidades que receberiam os alunos
transferidos ficariam superlotadas, dificultando o trabalho dos professores.
Numa atitude revolucionária,
estudantes passaram a ocupar o local onde estudam, permanecendo ali, fazendo
faxina, cozinhando e outras atividades. Em vez de ficarem nas ruas, preferiram
preservar o lugar onde aprenderam os primeiros fundamentos das regras
educacionais. Quando ameaçados pela PM, a ponto de sofrerem agressões, como
ocorreram na Escola Estadual Maria José, no bairro da Bela Vista, Centro de SP,
optaram de sair às ruas.
Corajosos deram a cara para bater. Respiraram fumaça das bombas de gás
lacrimogênio, sentiram os duros golpes de cassetetes, que poucas vezes são
usados contra criminosos, e todo tipo de truculência, sob ordem de um governo
que nada tem de democrático. Age nos moldes da Ditadura Militar, impondo
projetos de lei sem qualquer discussão com a população.
Às vezes cheguei a criticar essa
nova geração de jovens, imaginando que nunca iriam para as ruas por causas
justas. Queimei a língua. Na maneira deles, acabaram proporcionando verdadeira
aula de como lutar por nossos ideais, mesmo quando tudo rema ao contrário.
Agiram igual Davi diante do gigante Golias. Como pode uma garotinha de 14 anos
devolver uma bomba de gás lacrimogênio lançada por um troglodita duas vezes
maior que ela?
Preocupados muitos pais, nascidos
no final da década de 1970, pressionavam para seus filhos voltarem para casa.
Não era bom dormir na escola, sem o aconchego do lar. Felizmente a maioria
preferiu ficar no colégio, onde começaram a escrever uma nova história para um
Brasil tão carentes de lideranças jovens. Essa é o que chamo de luta justa.
Exigir melhor educação é o caminho para o Brasil deixar de ser promessa e virar
realidade.
Felizmente o professor Alckmin percebeu que a pedagogia do cassetete não
soluciona problemas educacionais. Mesmo dentro de casa, o diálogo é a medida
ideal para resolver conflitos. Que ele respeite, de verdade, a mensagem dos
estudantes e dos familiares, com suas dúvidas e preocupações. Um país democrático pensa no futuro,
discutindo no presente e enterrando práticas nefastas do passado. Se
truculência funcionasse como bom remédio, de nossas cadeias sairiam homens
sedentos de honestidade, abandonando a vida de crimes.
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