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FMI é um abutre interessado apenas no pagamento de juros da dívida externa do Brasil |
Luís Alberto Alves
O Brasil só deverá voltar
a crescer em 2017, disse o economista Marcello Estevão, chefe do grupo de
análises regionais do Fundo Monetário Internacional. Segundo ele, a previsão da
entidade é que a economia do país encolha este ano em 3% e, em 2016, tenha
retração de 1%. Estevão afirmou que o relatório mostra que o Brasil está “no
meio de uma recessão”. O economista do FMI sugeriu que o governo brasileiro dê
prosseguimento ao ajuste fiscal e à política monetária que reduza a inflação.
Lembro das recomendações
do FMI na década de 1980, quando a inflação mensal, às vezes, chegava a 60%.
Nunca pediam para suavizar, mas apertar mais o cinto. Até o Brasil elevar a
taxa Selic para 45% ao ano em 1999 durante o segundo mandato de Fernando
Henrique Cardoso e o desemprego explodir numa taxa superior a 22%.
Seria estranho o FMI
sugerir que o País pisasse no freio neste maluco ajuste fiscal, onde os únicos
vitoriosos são os bancos. A falta de trabalho aumenta a cada dia, a ponto de o
brasileiro não ter mais medo da violência, e sim de ficar sem emprego. Com o
mote de combater a inflação, nosso ministro da Fazenda, Joaquim Levy, continua
aplicando injeção forte num doente que está perto da morte.
Considero os economistas
do Fundo Monetário Internacional iguais abutres, de olho apenas na carcaça do
animal morto. Não é interesse desses emissários dos grandes grupos financeiros
que o Brasil invista no capital produtivo, o único responsável pela geração de
emprego e pagamentos de uma fábula de impostos.
A regra sensata, na
opinião do FMI, é prosseguir enchendo os cofres dos bancos. Trabalhar o ano
inteiro para pagamento de juros da dívida externa, que na gestão Lula tinha
sido paga. É o famigerado superávit primário. Em nome dele vale qualquer
sacrifício, até cortar verba do Bolsa Família. Neste balaio de gato não sei
mais quem é abutre: a presidente Dilma Rousseff (PT) ou os economistas do FMI.
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