Poucos motoristas obedecem ao semáforo vermelho durante a noite |
Luís
Alberto Alves
A honestidade é algo pesado e ao mesmo tempo
leve. Infelizmente nós cobramos muito
dos outros, principalmente dos políticos, para que sejam cumpridores da Lei. É
o dedo apontado para o outro e três deles voltados para o nosso rosto. Em época
de eleição vira rotina a troca de acusações entre candidatos, quando situação e
oposição se digladiam como paladinos da justiça.
Mas o cidadão comum, na rotina diária, nem
sempre é honesto. Quantas pessoas, ao passar pela fila do caixa do
supermercado, e ao receber troco a mais, avisam o funcionário de que ele errou
na conta e repassou dinheiro acima do correto? E no retorno de viagem ao
Exterior, com a mala cheia de bugiganga, declara valor errado para conseguir
passar pela alfândega com sinônimo de esperto?
E o cliente que procura o advogado, preocupado
de ser alcançado pelas mãos do Judiciário e inventa várias mentiras visando
escapar do xadrez? Se o cliente for milionário ou superstar, a honestidade vai
ao ralo. Encontram desculpas absurdas em casos que a mais desinformada das
pessoas vai detectar que a justificativa não é convincente.
Amparado no escudo de preservação da vida,
vários motoristas não respeitam semáforos vermelhos durante a noite. Mesmo que
estejam em locais onde é pequeno número de assaltos. A maioria dos condutores
de veículos já fez isso.
A declaração de Imposto de Renda é outra prova
onde a honestidade é jogada para escanteio. Diversos brasileiros procuram
contadores com objetivo de encontrar mecanismos para reduzir a mordida do Leão
nas finanças. Neste caso, a mentira ganha status de verdade. Quando pegos na
malha fina, ainda tentam justificar o erro, alegando que o governo é rico e
tudo está correto. Esquecem que do outro lado do balcão existem contadores,
experts em detectar qualquer tipo de fraude.
Nas relações amorosas são poucos os homens e
mulheres honestas. As puladas de cerca acabam virando sinônimo de esperteza. Em
viagens de negócios, alguns executivos recarregam as baterias nos famosos night
clubs ou mesmo em bordeis. Tudo sem nenhum remorso. Outros cobram das filhas
visual de santidade, mas nos prostíbulos gostam de fazer sexo com adolescentes.
Contra senso?
As redes sociais estão cheias de pessoas
vestidas de capa de santo. Adoram escrever ou copiar frases moralistas, porém o
álbum de fotos desmente o conteúdo publicado. O maior fiscal do ser humano é a
própria consciência. Poucos conseguem ser honestos com eles mesmos. Ter
consciência de que não vale a pena passar a perna no próximo. Fazer o jogo do
bem, deixando no plano inferior a mentira e o mau caratismo. Infelizmente nossa
sociedade está contaminada com o câncer da mentira.
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