O vaso sanitário atingiu a cabeça do torcedor Paulo da Silva após partida no estádio do Santa Cruz, no Recife (PE) |
Luís
Alberto Alves
É triste a situação do país considerado “a
pátria do futebol” que não consegue controlar a violência de sua própria
torcida. Hoje, em qualquer cidade, onde ocorram jogos é raro não termos caso de
violência, de torcedores se agredindo mutuamente. Na capital paulista não é
recomendável ir ao estádio vestindo a camisa do time de coração. O risco de
terminar deitado numa maca de pronto-socorro ou pedra fria do necrotério é grande.
Na sexta feira (2) passada, no estádio Arruda,
do Santa Cruz, em Recife, Pernambuco, após o final da partida entre o time da
casa e o Paraná, uma briga entre torcedores resultou na morte de Paulo Ricardo
Gomes da Silva, 26 anos. Ele foi atingido por um vaso sanitário arremessado da
arquibancada. Como é rotina, não importa a equipe, após o término do jogo,
aconteceu briga generalizada entre torcedores do Paraná e Santa Cruz.
Os confrontos viraram rotina sem que as
autoridades tomem qualquer tipo de providência. Para piorar, parte da diretoria
dos times de futebol apóia financeiramente os bandidos disfarçados de
simpatizantes do clube, responsáveis pelas badernas, resultando em feridos e
mortos.
O vírus desta intolerância está em todas as
organizadas, de Norte a Sul do Brasil. Poucos clubes escapam da bestialidade do
bando de alucinados, interessados apenas no prazer mórbido de agredir e tirar a
vida do torcedor adversário. Em São Paulo, partidas entre Corinthians e
Palmeiras, ou entre São Paulo e Santos, ou Palmeiras e São Paulo e Corinthians
e Santos são consideradas de alto risco.
Às vezes, os grupos de bandidos uniformizados
marcam encontros pela internet para brigar. Armados de barras de ferro, paus,
correntes, facas ou arma de fogo, entram êxtase quando encurralam alguém
simpatizante da equipe adversária, o agredindo até deixar desfalecido ou morto
no chão.
Não contentes depredam lojas, ônibus e trens
do Metrô. Poucos anos atrás membros de torcida uniformizada do São Paulo
quebraram vidraças de diversas lojas da Avenida Paulista. As estações do Metrô
não escaparam da fúria da corja de desequilibrados mentais.
Infelizmente nunca o governo estadual ou
federal toma qualquer tipo de atitude contra criminosos escondidos embaixo da
camisa de times de futebol. Eles espantam os verdadeiros torcedores dos
estádios. Das pessoas que gostam de assistir ao espetáculo de uma bela partida
entre 22 jogadores, onde o resultado vai premiar quem melhor aproveitou as
oportunidades. Simpatizantes conscientes, de que a vitória ou derrota não é
motivo para qualquer tipo de apelo à violência. São civilizados e nas suas
veias correm sangue da boa convivência, onde o adversário é apenas um
adversário, não inimigo, como vêem os bandidos infiltrados nas torcidas
uniformizadas.
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