Luís
Alberto Alves
Após o debate realizado ontem (2), na Rede
Globo, com os principais candidatos à presidência da República, ficou mais
nítido que o Brasil continuará como caminhão sem freios descendo a ladeira. As
propostas variam do arrocho econômico total, que na visão do PSDB é o melhor
para Brasil, pois segundo seus economistas, salário alto é causa de todos os
males do País, à loucura sonhada pelo Psol.
Os nanicos PV, PRTB, PSC e Psol, de Eduardo
Jorge, Levy Fidelix, pastor Everaldo e Luciana Genro estão à procura de alguns
minutos de fama. Na visão de Luciana Genro o melhor exemplo de administração
pública é praticado na Venezuela, com pitadas do autoritarismo da Coreia do
Norte. Aposta num modelo de regime que já morreu em diversos países do mundo
por causa do atraso econômico e ausência de liberdade.
Levy Fidelix, ancorado num discurso nervoso,
é a imagem pura do charlatanismo e saudade do Regime Militar. Se conseguisse
voltar no tempo e aparecesse no Palácio do Planalto em 1970, com certeza iria
beijar as mãos do ditador e carniceiro Garrastazu Médici. Desde quando surgiu
no cenário político insiste na construção do aerotrem, como solução para o
caótico transporte coletivo brasileiro.
PV, do qual Eduardo Jorge está como candidato
a presidente, não se parece em nada com o similar alemão. O partido é um balaio
de gato, onde questões ecológicas ficam nos planos inferiores durante
negociação com o governo. Aliás, um dos filhos do coronel do sertão, o ainda
senador José Sarney, Zequinha, está na legenda há vários anos e nunca se
posicionou contrário aos ataques sofridos pelo meio ambiente.
Com tanto problema sério, o PV resolveu
encampar a liberalização da maconha para solucionar o problema das drogas. É
como se a Justiça permitisse que assaltos de pequeno valor não fossem
considerados mais crimes. Fisiológico, de verde este partido tem apenas o gosto
pelo dinheiro que sai dos cofres do governo na troca de apoio.
O Psol continua crendo em regimes falidos como
tábua de salvação para o Brasil. Aposta nas administrações públicas de Cuba,
Venezuela, Coreia do Norte e China, como o pulo do gato para os brasileiros
avançarem. Espertos exibem discurso liberalizante, defendendo todas as
minorias, para passar a imagem de democratas. Mas se assumissem o poder iria
baixar a mão de ferro, a exemplo do que ocorre na Venezuela, Cuba e China. São
lobos ditadores vestido em pele de cordeiro.
O tucano Aécio Neves mais parece um navio sem
bússola. Até agora não apresentou propostas fidedignas. Apenas criticou ou
alterou nomes de programas que o PSDB manteve quando esteve no governo do
Brasil na era FHC. Naquela época o desemprego batia na faixa 20%, além de
implementar nas escolas públicas a aprovação automática. Bastava o aluno não faltar
para concluir o Ensino Fundamental. O presidente do Banco Central, Arminio
Fraga, é a mostra clara do pensamento de Aécio Neves: salário alto ajuda
inflação subir. Portanto reajuste zero é a solução para conter os preços.
Marina Silva, do PSB, mescla a política
ambientalista com o tempero do agronegócio como solução para o Brasil voltar a
subir nas tabelas. O semblante calmo passa a impressão de governante sem ataque
de nervos. O problema é que seu partido carece de profissionais que possam lhe
ajudar nesta caminhada. Ao recorrer aos quadros de partidos adversários,
passará a impressão que não houve mudança. Além de correr o risco de virar
refém de um Congresso Nacional repleto de parlamentares interessados apenas em engordar
o patrimônio.
Por ùltimo resta a presidente Dilma Rousseff
(PT). Os inúmeros escândalos pipocados nos últimos anos mancharam a imagem de
um partido que surgiu na década de 1980, trazendo a proposta de mudança na
política. O passar dos anos mostrou que o PT é igual as agremiações que
combatia (PMDB e PDS, atual PP). Fez alianças com os eternos coronéis do
sertão, como Jader Barbalho, Sarney, Renan Calheiros e até colocou o tão
criticado ex-ministro da Fazenda, na Ditadura Militar, Delfim Netto, como
conselheiro.
Com 12 anos no poder, caso Dilma se reeleja
neste domingo (5), o Brasil corre o risco de virar um novo México, onde o PRI Esteve
no poder cerca de 70 anos. A situação daquele país não mudou. O continuísmo é
perigoso em qualquer situação. É igual ao motorista que nunca muda o trajeto de
casa até o trabalho ou faculdade. De tanto passar por aquele local, deixa de
visualizar criticamente as mudanças que vão ocorrendo pelo caminho. Democracia
é sinônimo de alternância no poder. Mas infelizmente no Brasil, falta é
candidato e partido que tenham propostas boas para virar de vez a mesa do
subdesenvolvimento do país.
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