Neologismo é a criação de palavras para alterar determinados significados |
Luís
Alberto Alves
O brasileiro adora passar por cima das regras
dos dicionários. Adotam sentidos para palavras, cujo significado é oposto. Não
tem ligação nenhuma ao pé dos parâmetros do português. Virou moda falar que
alguém nervoso é estressado. Errado! Pessoa estressada é o indivíduo abatido
pelo cansaço, cujo corpo começa emitir sinais de que não agüenta mais a dura
rotina de trabalho ou estudo.
É nessa fase a ocorrência de queda dos
cabelos, suor excessivo, falta de sono, mesmo desejando dormir; ausência de
apetite, unhas quebradiças e contínuo esquecimento. O nervoso nunca sentirá
esses sintomas. Mas por motivos desconhecidos, nas ruas o motorista neurótico
recebe a tarja de estressado. Talvez por falta de conhecimento do nosso idioma
ou influência de nossas novelas, cada vez mais de péssimo conteúdo.
Por causa do grande acesso à informática, e à
tecla del, muitos inventam palavras, algumas derivadas do inglês, caso de
deletar (apagar), printar, escanear e outras baboseiras. Na política dizer
mensalão significa escândalo de pagamento de propina pelo governo para
deputados votarem projetos da situação.
Anos atrás para dizer que algo explodiu,
causou alvoroço, diversos jornais passaram a usar a palavra detonou. O leigo
assumiu e reproduzia nas conversas de boteco. Na década de 90, trecho do samba
enredo da Portela também virou neologismo: “Arrebentou a boca do balão”. Para
destacar algo magnífico, colunistas sociais, artistas e atletas não sentiam
vergonha de usar a frase acima.
É o caso, por
exemplo, de namorido (namorado + marido) usado pelas meninas que não aceitam
casar e resolvem morar juntos. É neologismo porque é uma palavra nova, às vezes
compreendidas por determinadas pessoas. Outros usam bebemorar (beber +
comemoração) para correr aos botecos nos finais de semana.
No lugar de dizer que alguém vive sintonizado
com vários assuntos, se fala plugado, termo utilizado pela maioria dos
internautas. Talvez a preguiça deles o levou a reduzir a palavra refrigerante
para “refri”. O absurdo é utilizar facebookcídio, quando é tomada a decisão de
excluir a página desta rede social. É atropelar de vez o nosso português!
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