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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Spike Lee, no Brasil é pior



                                     
Cineasta Spike Lee

Luís Alberto Alves

O desabafo do cineasta Spike Lee a respeito da falta de diretores negros indicados ao Oscar 2015 soou como bomba no meio artístico de Hollywood. Mesmo assim, os Estados Unidos dão chance para artistas de pele escura aparecerem nos filmes, não apenas como empregados e bandidos, mas em papeis bons.

O Brasil, com 50% da população composta de negros, é segregacionista também no mercado de cinema (que praticamente inexiste no país) e televisão. Os artistas não brancos aparecem em novelas como bandidos, palhaços, empregados domésticos, corruptos e as mulheres ganham destaque nas figuras de prostitutas, faxineiras ou criminosas.

 São poucos os artistas na direção de filmes, novelas ou minisséries. Até nos telejornais os negros são figuras raras. Para quem não conhece o Brasil, ao andar pelas nossas ruas e avenidas tomará um susto, porque dificilmente encontrará as louras e homens de olhos azuis ou verdes que são figuras marcadas nas tramas televisivas deste país.


Curioso é que os negros somam apenas 11% da população norte-americana, porém, mesmo de forma precária, estão presentes em todos os veículos de comunicação. Se Spike Lee ficou nervoso pela falta de indicado negros ao Oscar, imagino assistindo às novelas, minisséries e telejornais de nossas redes de televisão.

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